Economia

Perdas podem chegar a US$ 252 bilhões

A receita do setor de aviação comercial pode despencar US$ 252 bilhões, 44% abaixo do valor registrado em 2019. O alerta é da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), que atualizou, ontem, a análise do impacto nas receitas da pandemia da Covid-19 no transporte aéreo global. Os novos cálculos foram feitos devido à severidade das restrições de viagem e à recessão global prevista. A análise anterior, de uma perda de receita de até US$ 113 bilhões, foi feita em 5 de março, antes de os países ao redor do mundo introduzirem amplas restrições de viagens, o que paralisou o mercado internacional.

“Sem medidas imediatas de alívio dos governos, não restará uma indústria em pé. As companhias aéreas precisam de US $ 200 bilhões em suporte de liquidez. Alguns governos já deram um passo à frente, mas muitos mais precisam seguir o exemplo”, afirmou o diretor geral e CEO da Iata, Alexandre de Juniac.

A Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta) reiterou o apelo da Iata aos governos, diante da situação crítica da economia global. “A indústria da aviação move o mundo. Não apenas conectando pessoas, mas impulsionando centenas de indústrias por meio do comércio, do turismo, dos empregos e da conectividade”, justificou. Apenas na América Latina e no Caribe, a indústria de viagens e turismo gera 18,9 milhões de empregos diretos e indiretos, e contribui com 9,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da região, de acordo com dados do World Travel & Tourism Council (WTTC).

Ainda segundo o WTTC, a crise econômica global fará com que, pela primeira vez desde a crise de 2008, o PIB global seja negativo e que, diariamente, um milhão de pessoas da indústria de viagens e turismo em todo o mundo percam seus empregos. Segundo a Iata, a redução na quantidade de passageiros transportados por distância percorrida, uma métrica do setor denominada RPK, será de 38% em termos globais este ano. Na América Latina e no Caribe, a Alta estima que a redução seja de 41% do RPK, com prejuízo de US$ 15 bilhões.

“Em comparação ao número de voos realizados pelas companhias aéreas da região em 2019, já alcançamos uma redução de 65% nas viagens internacionais de e para a região, nas últimas semanas de março. Em alguns países, a queda no volume de voos internacionais chega a 99%”, informou a Alta, reforçando o apelo aos governos para adotarem medidas temporárias de ajuda ao setor. (SK)