O governo prepara uma nova rodada de saques das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A medida pode injetar R$ 21,5 bilhões na economia e deve sair ainda neste semestre, dentro do pacote que visa amenizar os impactos recessivos da pandemia do novo coronavírus.
“O FGTS é um elemento importante no enfrentamento das mazelas causadas pela Covid-19. É um fundo privado importante em defesa do trabalhador”, disse o secretário especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. Ele explicou que uma nova leva de saques pode trazer certo dinamismo à economia, que vem sendo duramente afetada pela pandemia.
Para viabilizar os saques o governo estuda aumentar a liquidez do FGTS. A principal ideia é remanejar R$ 21,5 bilhões que não foram sacados do PIS/Pasep para o FGTS. “Isso pode possibilitar novos saques. O desenho está sendo finalizado”, afirmou Waldery.
A nova rodada pode, também, contemplar recursos que foram liberados no ano passado das contas ativas e inativas do FGTS através do saque imediato, mas não foram retirados pelos trabalhadores. Segundo o Ministério da Economia, até a semana passada, R$ 14,8 bilhões não haviam sido resgatados por meio do saque imediato.
Por conta dessas possibilidades, o governo ainda não fechou as contas de quanto pode ser liberado desta vez, nem a parcela que caberá a cada trabalhador. A Caixa Econômica Federal (CEF), que é a operadora do FGTS, já garantiu que está pronta para operacionalizar esses saques.
Enquanto isso, a Caixa segue liberando os recursos do saque imediato. O valor é de até R$ 998 e pode ser retirado até o próximo dia 31. Em abril, o banco ainda vai começar a pagar o saque-aniversário. A medida vai disponibilizar entre R$ 50 e R$ 2,9 mil para os que fizeram essa opção. Cerca de 2,6 milhões de trabalhadores optaram pelo saque-aniversário. Por isso, está prevista a liberação de R$ 3,7 bilhões do FGTS neste ano.
Empresas
Nos próximos dias, o governo ainda deve regulamentar outra medida que usa o FGTS para conter os impactos econômicos do coronavírus. A União decidiu flexibilizar por até três meses o prazo que as empresas têm para depositar o FGTS dos seus funcionários. Ainda não foi informado, contudo, o período que elas terão para fazer esse pagamento depois da pandemia. “Esse cálculo leva em conta a sustentabilidade financeira do FGTS”, disse Waldery. (MB e RH)