Quando há dois trimestres seguidos de queda no Produto Interno Bruto (PIB), um país entra na chamada "recessão técnica". Caso se concretize na magnitude esperada pela SPE, a queda do segundo trimestre de 2020 pode ser a maior desde o segundo trimestre de 2015, quando houve um tombo de 2,2% contra o trimestre imediatamente anterior, segundo a série histórica IBGE.
"O mês de março já sofre com o início das paralisações das atividades da economia, reduzindo as nossas projeções de crescimento. No segundo trimestre ocorre o impacto mais forte, uma vez que é onde deve se concentrar a maior queda do PIB mundial e o maior período de paralisação de atividades econômicas", diz a SPE.
Apesar disso, o órgão projeta uma recuperação a partir do terceiro trimestre, com alta de 1,17% em relação aos três meses imediatamente anteriores. No quarto trimestre, a expectativa é de avanço de 2,03% no mesmo tipo de comparação.
"Destaca-se que a profundidade e duração da crise ainda são difíceis de se estimar, pois trata-se de um evento inédito na história econômica mundial", ressalta a SPE. No entanto, a secretaria tem ressaltado que o choque deve ser transitório.
"Mantemos avaliação de que os choques pelos quais a economia brasileira está passando são em sua maioria transitórios, o que permitirá uma retomada a partir do segundo semestre deste ano." Para o ano de 2020 fechado, o governo derrubou a projeção de crescimento de 2,1% para 0,02%.
Na comparação do trimestre contra igual período de 2019, o período de janeiro a março deve ter uma alta mais tímida que o esperado inicialmente, com avanço de 1,5%. Já no segundo trimestre, a SPE espera uma contração de 1,4%. Se concretizado, será o pior resultado desde o último trimestre de 2016, quando o tombo foi de 2,2% em relação a igual período de 2015.
No terceiro trimestre de 2020, ainda haverá retração de 0,8% em relação a igual período de 2019. Mas, nos últimos três meses do ano, a expectativa é de que haja alta de 0,9%, segundo a SPE.