Mais cedo, o mercado se animava com o noticiário de medicamentos eficazes no tratamento do novo coronavírus e as medidas promovidas pelos governos e Bancos Centrais no mundo todo para mitigar os efeitos seus na economia, além do controle da doença na Ásia. O banco central chinês manteve as taxas de juros em 4,05%, e os analistas veem como mais uma prova de que o país conseguiu controlar a pandemia em seu território. Pelo segundo dia consecutivo não foi registrado nenhum novo caso de transmissão local do Covid-19 por lá.
Os índices viraram para queda depois que o presidente americano, Donald Trump, anunciou que a fronteira entre Estados Unidos e México será fechada parcialmente, funcionando apenas para deslocamentos essenciais. Foram aprofundadas as medidas para conter o vírus, o estado da Califórnia colocou 40 milhões de pessoas em quarentena obrigatória e em Nova York todos os comércios não essenciais devem fechar suas portas a partir de domingo e as reuniões com qualquer quantidade de pessoas estão proibidas, amargando os prejuízos da crise. Na Itália número de mortos já atingiu 3.405 e o ritmo de contágio no Brasil já está igual ao novo epicentro da pandemia.
No Brasil o senado aprovou o decreto que reconheceu estado de calamidade pública, isso permite que governo eleve o gasto público na tentativa de para conter a doença e descumpra a meta fiscal prevista para o ano. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta anunciou que em abril o sistema de saúde entrará em colapso. O governo já revisou a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,1% para 0,02%, praticamente zerando a projeção de crescimento para o país este ano.
O dólar teve mais uma sessão de depreciação após o Federal Reserve (Banco Central americano) anunciar linhas de swaps em dólar para mais nove bancos centrais, incluindo o brasileiro, repetindo medida adotada na crise de 2008. A moeda norte-americana terminou com recuo de 1,50%, cotada a R$5,02. Na semana, o câmbio subiu 4,46%, tendo chegado a bater R$ 5,22 em novo recorde nominal. Ontem o Banco Central reforçou sua atuação com leilão de dólar à vista com US$ 175 milhões em ofertas aceitas e também leilões para compra de títulos soberanos do Brasil.