Atenção, empresários: é hora de agir
Os empresários cobraram, nos últimos dias, medidas efetivas do governo para aliviar os efeitos perversos do coronavírus. Bem ou mal, e após certa relutância das autoridades, elas vieram, como o pacote anunciado ontem por Bolsonaro e seus ministros. A iniciativa é importante, mas certamente não será suficiente. O setor privado precisa fazer a sua parte. Não é hora de ameaçar funcionários com demissão ou forçá-los a trabalhar nos escritórios quando o correto é estimular o home office. Também é o momento de destinar recursos para socorrer toda a sociedade e não defender apenas os seus interesses particulares. Há bons exemplos. A cervejaria Ambev vai fabricar álcool em gel, o Burger King pretende doar US$ 1 milhão para o SUS e o Facebook anunciou a destinação de US$ 100 milhões para pequenas empresas de 30 países. É preciso mais. A humanidade enfrenta uma das maiores tragédias de sua história e as grandes corporações têm papel central na luta para vencê-la.
Einstein vai ampliar leitos de UTI a distância
O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, está montando uma operação de guerra para atender pacientes com coronavírus. Atualmente, o Einstein possui 181 leitos de UTI a distância, mas a meta é ampliá-los para 540 unidades. Na tarde de ontem, o hospital mantinha 45 pacientes internados com sintomas do coronavínus, dos quais 21 foram confirmados – sete estão na UTI. O Einstein, como todo o sistema de saúde do país, se prepara para o aumento expressivo de casos nos próximos dias.
Rapidinhas
» A Simpress, provedora de outsourcing (terceirização) de equipamentos e soluções, detectou um aumento de 500% na procura por notebooks nos dias 16 e 17. Com as restrições de circulação, os colaboradores que utilizam desktops nas companhias precisam de notes para trabalhar em home office.
» Vittorio Danesi, CEO da Simpress, explica o movimento. “O vírus, que infelizmente tem trazido tantas perdas ao mundo, gerou um aumento enorme na demanda de outsourcing. Fechamos com 11 clientes, num total de 1.000 notebooks, e ainda fizemos propostas para mais 7 mil máquinas, em todo o Brasil. O nosso departamento comercial está a todo vapor.”
» O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vai investigar uma prática nefasta, mas corriqueira: o aumento de preços de produtos farmacêuticos, especialmente máscaras e álcool em gel, após o surto de coronavírus. Hospitais, farmácias e distribuidores deverão apresentar as notas fiscais com o preço de compra dos produtos.
» O empresário argentino Miguel Verona, fabricante de equipamentos agrícolas, tinha uma série de reuniões marcadas no Brasil nesta semana. “Todos os contatos cancelaram”, diz. “Estou hospedado em São Paulo e não há ninguém no hotel. Os restaurantes estão vazios. É triste ver uma cidade como essa ser tão afetada pelo coronavírus”
O impacto do fechamento de shoppings e do comércio
As medidas restritivas anunciadas pelos governos estaduais, como o fechamento de shoppings e do comércio, vão provocar estragos no varejo. Ontem, as ações da Via Varejo, dona de marcas como Casas Bahia e Ponto Frio, desabaram 31,53%. Nos últimos 10 dias, o papel encolheu impressionantes 65%. Maior rede de academias do país, a SmartFit calcula que vai perder R$ 150 milhões por mês com o fechamento de suas unidades.
J.P. Morgan reduz previsões do PIB do Brasil e dos EUA
O banco americano J.P. Morgan fez uma dura previsão para o PIB brasileiro em 2020: queda de 1%. A projeção inicial era crescimento de 1,6%. Nos Estados Unidos, as estimativas também pioraram. Segundo o J.P. Morgan, o PIB dos Estados Unidos vai recuar 4% no primeiro trimestre e 14% no segundo. O vilão é o mesmo nos dois países – o surto de coronavírus. No caso americano, a crise do petróleo também deverá afetar a performance da economia.
R$ 55,6 bilhões
é quanto os investidores estrangeiros retiraram da Bolsa brasileira em 2020, um recorde
"O coronavírus é o maior desafio da Alemanha e do mundo desde a Segunda Guerra Mundial”
Angela Merkel, chanceler alemã