Economia

Companhias aéreas reduzem operações e pedem socorro ao governo

Latam diminuiu 90% dos voos internacionais e 40% das operações domésticas. A Azul suspendeu todos os voos internacionais, exceto os que partem de Campinas

Bastante afetadas pela pandemia de coronavírus, que fechou fronteiras em todo mundo, as companhias aéreas estão reduzindo operações e cancelando voos. O grupo chileno Latam anunciou, nesta segunda-feira (16/3), que a companhia e todas as suas subsidiárias reduzirão as operações em 70% por conta da disseminação do coronavírus e a, consequente, queda na demanda por passagens aéreas. A Azul Linhas Aéreas também está realizando ajustes.

Para voos internacionais, a Azul cancelou, a partir desta segunda-feira, todos os voos internacionais, exceto os que partem de Campinas, serão suspensos. Para o mercado doméstico, haverá alterações para equilibrar a demanda e a oferta, informou. A companhia ressaltou que já trabalha na reacomodação dos clientes afetados pelas alterações.

A Latam também vai flexibilizar troca de data. “Todos os clientes com voos internacionais e domésticos afetados e com partidas programadas a partir de hoje, podem reprogramar seus bilhetes até 31 de dezembro, sem nenhum custo adicional”, informou a companhia. A Latam justificou que foi motivada pelos novos anúncios de fechamento de fronteiras de vários países e a consequente queda na demanda. A redução em voos internacionais será de 90% e 40% nas operações domésticas do grupo.

“Tomamos essa decisão complexa devido à impossibilidade de voar para grande parte de nossos destinos devido ao fechamento de fronteiras. Se as restrições de viagens sem precedentes forem estendidas nos próximos dias, não descartamos sermos forçados a reduzir ainda mais nossas operações ”, disse Roberto Alvo, atual vice-presidente de negócios e próximo CEO.

Saiba Mais

Segundo a companhia, todos os passageiros que possuem voos nacionais ou internacionais afetados, e que viajam a partir de hoje (16 de março de 2020), podem reagendar seu voo gratuitamente até 31 de dezembro de 2020. “Os diversos canais de atendimento ao cliente estão recebendo um grande número de consultas e solicitações, dificultando a atenção adequada a todos os pedidos. Para focar a atenção nos passageiros com pedidos urgentes, a Latam solicita que as pessoas evitem ligar antes de 72 horas de sua viagem”, destacou, em comunicado.

“Estamos trabalhando para garantir a sustentabilidade a longo prazo do grupo e proteger os empregos dos 43 mil funcionários da Latam. No entanto, a escala e a imprevisibilidade dessa crise dificultam a antecipação de resultados. É por isso que vamos exigir o apoio dos governos para superar a maior crise da história nos setores de turismo e aviação civil”, acrescentou Alvo. 

Coronavírus

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) afirmou que é grave a crise econômica que afeta a aviação comercial brasileira neste cenário de pandemia do coronavírus. “É importante destacar, no entanto, que cada empresa associada está reagindo da forma que entende ser a mais correta para atender os passageiros da melhor forma”, disse, em nota.

A Abear salientou que voar é seguro e os aviões estão equipados para garantir a segurança dos passageiros. “As aeronaves renovam 99,9% do ar que circula a bordo, contribuindo para que o Covid-19 não se propague. As equipes de atendimento também estão preparadas para atender os viajantes neste cenário”, informou.

Medidas

Para minimizar o impacto econômico sobre a indústria e preservar sua viabilidade, a Abear apresentou as seguintes medidas ao governo federal: redução de impostos PIS/Cofins sobre Querosene de Aviação (QAV) e remoção do mesmo sobre venda de passagens aéreas; desoneração da folha de pagamento, preservando empregos; redução das tarifas do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e Infraero, além da suspensão temporária de pagamentos; restabelecimento da alíquota do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) sobre leasing de aeronaves, motores e peças de 0%; suspensão de PIS/Cofins/Cide em pagamentos feitos no exterior; e, linha de crédito para capital de giro, a exemplo do que já ocorre na China, Cingapura e Colômbia.

Procurada, a Gol ainda não respondeu.