Economia

Estados Unidos vão injetar US$ 1,5 trilhão no mercado

Federal Reserve, banco central norte-americano despejou US$ 500 bilhões apenas nesta quinta-feira para tentar acalmar os investidores e mitigar as perdas nas bolsas de valores

Em um dia de pânico e caos nos mercados globais, com as bolsas europeias com o pior desempenho da história e o pregão dos Estados Unidos encostando no crash de 1987, o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano anunciou, nesta quinta-feira (12/3), que vai injetar US$ 1,5 trilhão na economia, US$ 500 bilhões hoje. 

Por volta das 15h, Os principais índices europeus caíam em média 11,5% e os norte-americanos recuavam em torno de 7%. No Brasil, após duas paralisações, o Ibovespa, principal índice de lucratividade da Bolsa de Valores de São Paulo, caía mais de 14% no mesmo horário.

Segundo o diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer, a medida surtiu efeito imediato, porém sem sustentação. “A bolsa americana estava nas mínimas e as ações dispararam após o anúncio do Fed, mas voltaram a cair. A situação é dramática e essa intervenção agressiva é um esforço de acalmar os mercados”, explicou. “Porém, o problema não é dinheiro, como foi na crise de 2008. Por isso, a injeção de liquidez está tendo pouco resultado”, completou.

Tanto nos Estados Unidos como no Brasil, hoje é o segundo dia consecutivo em que foi acionado o circuit breaker — mecanismo que paralisa o pregão quando a queda é muito acentuada — e o terceiro na semana. Na segunda-feira, segundo Spyer, o Fed injetou US$ 50 bilhões, depois mais US$ 175 bilhões por meio de operações de recompras de títulos (repo).

Segundo o cronograma divulgado nesta quinta-feira, a autoridade monetária norte-americana ofertará, hoje, US$ 500 bilhões em títulos de operações de recompra de três meses. Na sexta-feira, serão US$ 500 bilhões em títulos de três meses e US$ 500 bilhões em títulos de um mês. 

O Fed disse, ainda, que as operações de recompra de US$ 500 bilhões em títulos de três meses e de um mês serão feitas semanalmente. As de US$ 45 bilhões em títulos de duas semanas passam a acontecer duas vezes por semana. Além disso, a distrital nova-iorquina do banco central americano seguirá oferecendo ao menos US$ 175 bilhões em títulos overnight (durante à noite) diariamente.

Os mercados estão reagindo ao forte alastramento do coronavírus pelo mundo. “As medidas que os governos estão tomando são muito prejudiciais para as empresas, como o cancelamento de viagens de avião. As companhias vão quebrar porque ninguém vai entrar numa aeronave em três meses. Na Itália, está tudo fechado, só estão abertos supermercados e farmácias”, disse.