Economia

Dólar atinge R$ 4,58 e alcança nova máxima histórica

Em sua 11ª sessão de alta consecutiva a moeda norte americana fechou com alta de 1,54%

Diante dos temores dos efeitos da epidemia de coronavírus sobre a economia global e a expectativa de um novo corte na taxa básica de juros brasileira (Selic) acompanhando a atuação das principais economias mundiais, o dólar renovou recorde alcançando nova máxima histórica. Em sua 11ª sessão de alta consecutiva a moeda norte americana fechou com alta de 1,54%, cotada a R$ 4,58. O real foi a moeda mais desvalorizada do dia. A Selic em mínima contribui para a saída de investidores estrangeiros em busca de maiores ganhos e pressionam a alta do dólar.

O economista da NGO Corretora, Sidnei Nehme, avaliou o cenário ruim que tende a piorar, levando o câmbio a um quadro irreversível. “Aqui a política errática câmbio alto e juro baixo já era um fracasso, pois não estava motivando o setor produtivo, nem recuperando na exportação. A perspectiva é muito ruim, a gente já estava patinando com essa com ideia do Guedes e agora com esse quadro nebuloso do coronavírus estamos em uma barca furada, vamos ter que cortar juros e o dólar vai subir ainda mais. Sem contar os setores que já estão sendo fortemente prejudicados como o turismo, que fica fora do painel com um dólar a R$ 5”, afirmou. 

O dia foi marcado pela divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que que não repercutiu bem no mercado, com desaceleração no quarto trimestre do ano passado na comparação com os três meses anteriores. O principal indicador da atividade econômica fechou ano de 2019 com alta de  1,1%. Apesar de estar dentro do esperado por analistas, é o pior resultado desde a recessão e a desaceleração de alguns setores da fizeram economistas rebaixarem a projeção de crescimento para este ano.

O resultado foi afetado principalmente pela perda de ritmo do consumo das famílias e dos investimentos privados. “Esse resultado não veio exatamente como os investidores estavam aguardando. O investimento veio muito fraco na contramão dos resultados anteriores, onde a gente via o consumo das famílias bem e o investimento positivo, recuperando. Essa queda expressiva tem um impacto bem negativo. Mas com esse dado já fica clara a tendência de que revisem as casas para baixo em 2020, já sabemos que está mais próximo de 1,5% do que acima dos 2%, como era projetado”, destacou o estrategista da RB Investimentos Gustavo Cruz.