O crescimento de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019, anunciado nesta quarta-feira (4/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi puxado pelo consumo das famílias e pelos investimentos privados. É que os gastos do governo diminuíram 0,4% no ano passado, levando o PIB público a uma contração de 1%.
O Ministério da Economia afirmou, por sua vez, que esse resultado não é negativo, porque mostra uma tendência de substituição do investimento público pelo investimento privado no Brasil. "O resultado indica uma redução da parcela do setor público na economia", afirmou o Ministério da Economia, em nota enviada à imprensa na manhã desta quarta-feira, pouco depois da divulgação do resultado do PIB de 2019.
De acordo com os dados divulgados, nesta quarta-feira, pelo IBGE, o gasto do governo caiu 0,44% em 2019, ante uma alta de 0,36% em 2018. A pasta que é comandada pelo ministro Paulo Guedes alegou, então, que esse dado mostra o ajuste fiscal em curso.
"Enquanto em 2018, o investimento público cresceu acima de 9%, houve retração superior a 5% no ano passado, indicando que o PIB público caiu mais de 1%, contrapondo a expansão de 0,9% em 2018. Outros indicadores confirmam a consolidação fiscal. O estoque total de funcionários públicos, estatutários federais e regidos pela CLT, diminuiu mais de 31 mil em 2019. Essa é a maior retração da força de trabalho do governo em mais de duas décadas", afirmou o ministério.
Consumo das famílias
Com a redução dos gastos do governo, o PIB de 1,1% de 2019 foi puxado, portanto, pelo consumo das famílias e pelos investimentos privados, que cresceram 1,8% e 2,2% em 2019, respectivamente. A alta de 2,2% na Formação Bruta de Capital Fixa (FBCF), porém, veio abaixo do registrado em 2018, quando os investimentos privados subiram 3,9%. Mesmo assim, foi comemorada pelo Ministério da Economia.
"Embora a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) agregada em 2019 ficou em patamar inferior ao ocorrido em 2018, há evidencias de que o investimento privado no ano passado (com os dados acumulados em 12 meses até o 3º trimestre de 2019) cresceu acima do valor realizado em 2018", alegou a pasta, afirmando que os "valores fechados para o mercado de trabalho formal e o crédito livre, que não são influenciados pelo setor público, mostram os melhores resultados desde 2013".
O Ministério da Economia ainda disse que "os resultados melhores do setor privado são reflexos da política econômica que foca no aumento da produtividade, corrigindo a má alocação de recursos e fortalecendo a consolidação fiscal". E concluiu que "o aumento no consumo das famílias e do investimento, e acompanhado pela redução no consumo do governo reforçam a tendência de crescimento do PIB privado em substituição do setor público".