Desse total, a emissão de títulos pelo governo (mecanismo usado para se financiar) somou R$ 63,3 bilhões em janeiro, resultando num saldo de resgate líquido de R$ 58,61 bilhões. Segundo Vital, a participação de investidores estrangeiros na dívida interna aumentou um pouco em janeiro. Os não residentes no país detêm 10,89% da dívida total, o equivalente a R$ 441 bilhões, ante 10,43% ou R$ 425 bilhões em dezembro do ano passado.
“Os principais compradores são fundos de investimentos e de previdência. Juntos, detêm mais da metade da dívida pública”, disse Vital. Os fundos de investimento participam com 26,95% do total, o equivalente R$ 1,09 trilhão, já os fundos de previdência têm uma representatividade de 25%, com R$ 1,01 trilhão. Instituições financeiras detêm 23,71%, ou seja, R$ 962 bilhões.
“Desde o início do ano, tínhamos discussões sobre coronavírus e o impacto na atividade global. Houve questões geopolíticas. Para os emergentes foi um mês ruim”, avaliou. Vital explicou que, se olhar no curto e médio prazos, a curva de juros mostrou queda. Mas, na parte de juros longos, que reagem mais a câmbio e risco internacional, essa curva ganhou inclinação e não foi tão boa”, explicou.
Na conjuntura para fevereiro, segundo o coordenador, há uma tendência de repetição, com juros mais baixos no curto prazo e aumento, na margem (sobre o mês anterior), nos juros mais longos. “A gente vê isso de forma saudável”, disse.
Em sua avaliação do mercado global, Vital assinalou que há um sentimento de aversão a risco. “Quando isso ocorre, em geral, vem combinado com uma queda nas treasures (títulos emitidos por tesouros nacionais) e nas bolsas do mundo todo. Os emergentes têm uma piora nessa aversão ao risco”, acrescentou.