O bolso do motorista brasiliense poderá terá uma folga neste carnaval. Apesar do aumento do preço da gasolina nas refinarias, que entrou em vigor na última quinta-feira, quem abastece seu carro nos postos da capital parece ainda não tem motivos para se preocupar. Gerentes de postos de combustíveis e o Sindicombustíveis afirmam que, por enquanto, ainda não sabem quando o aumento será repassado para as bombas, mas que os preços estão baixos para não afastar a clientela.
Apesar disso, desde o início do mês, muitos postos aumentaram seus preços. Dos 30 percorridos pelo Correio ontem, a gasolina mais barata foi encontrada no Posto da Torre, no Setor Hoteleiro Sul. A gasolina comum saía a R$ 4,19 para o pagamento em dinheiro. O valor mais alto foi encontrado no posto Petrobras da 103 norte: R$ 4,559 o litro. No dia 3 de fevereiro, a gasolina era vendida a R$ 4,369. O aumento foi de 19 centavos.
Outros 20 postos também aumentaram seus preços desde essa data. Apenas oito reduziram. Na Asa Sul, o menor valor encontrado ontem foi no posto Petrobras da 106 Sul. A gasolina era vendida à R$ 4,259. Na Asa Norte, o Posto Ipiranga da 210 Norte foi o mais em conta: R$ 4,277. No SIA, a gasolina era vendida a R$ 4,35. No centro de Taguatinga, o posto Petrolino tinha o menor preço: R$ 4,27. Entre os dias 16 e 21 de fevereiro, o preço médio da gasolina em Brasília foi de R$ 4,44.
Eliane Nunes, gerente de um posto de combustíveis em Águas Claras, afirma que não há previsão para que os motoristas paguem mais. “Quando a chefia manda aumentar, a gente aumenta. Não tem como saber quando vai acontecer porque a gasolina é muito variável”, conta a gerente.
Danilo Silva reforça a incerteza. O gerente trabalha em um posto na Asa Norte e revela que o aumento da gasolina nas refinarias teve efeito imediato nos postos. A diferença só não chegou para os clientes para manter o movimento. Ele também contou que no Carnaval, a tendência é de aumento do movimento nos postos. “Para nós, já ficou mais caro assim que aumentou. Não sabemos quando esse aumento deve ser repassado aos consumidores. Os donos seguram os preços para não assustar os clientes”, revela Danilo.
O presidente do Sindicombustíveis DF, Paulo Tavares, explica que essa prática tem causado prejuízo aos postos. “Ninguém sabe quando esse valor será repassado, está uma guerra danada nos preços. Nós realmente já estamos recebendo o combustível mais caro desde o anúncio da Petrobras. As distribuidoras não estão nos dando desconto. Para o consumidor é bom, mas nós estamos trabalhando no prejuízo”, revela o presidente.
Apesar da “segurada” no aumento da gasolina, nem todos os consumidores estão satisfeitos com o preço. O comerciante Felipe Furtado, de 39 anos, reclama do preço do combustível. Ele sempre abastece em um posto na EPTG. “Está caro. Se aumentarem mais, fica ruim para nós. Deixei de colocar (gasolina) na Ceilândia para abastecer aqui, com o carro na reserva”, conta Furtado.
A opinião é compartilhada por Manuela Tavares, de 28 anos. Ela é trabalha como caixa em um comércio e mora em Águas Claras. Manuela revela que se o valor da gasolina subir, o transporte público será uma opção para seus deslocamentos. “O preço nunca é estável. É impressionante a inconstância do preço. A gente vai dormir, acorda e o valor já aumentou. Com esse preço eu não sei o que vou fazer, vou ter que optar pelo transporte público”, completou.
*Estagiário sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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