O dólar alcançou nova máxima histórica. Diante da incerteza com os impactos econômicos do surto de coronavírus e dados positivos dos Estados Unidos, a moeda norte-americana subiu 0,64%, fechando a R$ 4,39. Contudo, o mercado não espera nova intervenção do Banco Central para conter a depreciação do câmbio. Ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, repetiu que, com a queda dos juros no país, o novo normal é um câmbio mais desvalorizado.
“É absolutamente natural que o juro de equilíbrio desça e que o câmbio de equilíbrio suba um pouco. Pode ser R$ 3,80, pode ser R$ 4, pode ser R$ 4,20. O câmbio é flutuante, o Banco Central opera isso. Mas o patamar é inquestionavelmente mais alto”, ressaltou o ministro, em discurso durante solenidade no Palácio do Planalto.
Guedes considerou que o Brasil deve crescer 2% em 2020. “Vamos passar a crescer 2%, e assim por diante. Estamos recuperando a dinâmica de crescimento do país. Não precisamos temer a turbulência internacional. É evidente que ela tem efeitos, mas o Brasil é economia continental. O mundo estava indo bem e nós, afundando por décadas. É perfeitamente possível o mundo desacelerar, e o Brasil, decolar”, disse
Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, a desaceleração do PIB global pode ser bem maior do que o estimado. “Nosso grande problema, teoricamente, é o impacto do coronavírus no comércio internacional. A Apple já deu uma percepção disso”, afirmou, referindo-se ao anúncio da empresa de que não vai alcançar a receita prevista neste trimestre. “É uma aversão ao risco sem nenhuma notícia positiva, e nós, por sermos emergentes, sofremos ainda mais. O investidor quer se resguardar, precisa de porto seguro e vem comprando dólar”, ressaltou.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), fechou em queda de 1,66 %, aos 114.586 pontos.
*Estagiárias sob supervisão de Odail Figueiredo