O Banco do Brasil liberou R$ 15 bilhões para o pré-custeio da safra agrícola de 2020/2021, conforme divulgado nesta quinta-feira (20/02). A quantia é 47% maior do que o valor da safra de 2019/2020, que era de pouco mais de R$ 10 bilhões. Os recursos destinam-se para que os produtores rurais — que sejam clientes da instituição — possam financiar as lavouras de todas as culturas, sobretudo de soja, milho, algodão, café, arroz e cana de açúcar.
De acordo com o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, com a liberação dos recursos, os produtores terão melhores condições para financiar suas atividades, estimulando a economia do país. "O BB é hoje responsável por 55,4% de todo o crédito destinado ao setor", frisou, ao afirmar que os financiamentos oferecidos pelo banco ao setor rural alcançam 97% dos municípios brasileiros.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, defendeu o pré-custeio da safra. "Essa antecipação, esse custeio, possibilita que o produtor possa fazer as contas e que tenha maior lucratividade no final da sua safra, do seu plantio, da sua atividade, podendo se programar, comprando e transportando na hora certa. Todos os bancos que financiam o agronegócio brasileiro deveriam seguir esse exemplo", declarou
Tereza Cristina garantiu que será implementado no programa cerca de R$ 1 bilhão, maior valor para subsídio desde sua criação. "Gostaríamos de R$ 1,5 bilhão ou até um pouco mais, estamos discutindo com o Ministério da Economia, e conto com a sensibilidade do ministro Paulo Guedes. É uma política que a economia vê com bons olhos, pelo que representa a agricultura e pelos resultados positivos", acrescentou.
Condições
As operações do pré-custeio 2020/2021 podem ser contratadas com recursos controlados, sob taxas a partir de 6% ao ano e, alternativamente, com recursos não controlados (LCA), com taxas a partir de 6,1% ao ano. Com o crédito, os produtores rurais podem comprar insumos antecipadamente, como sementes, fertilizantes e defensivos, além de terem a oportunidade de negociar a preços mais baixos junto a fornecedores.
O custeio da pré-safra destina-se à produtores rurais de médio ou grande porte, em geral monocultores. Desse modo, o crédito não atinge o agricultor pequeno ou familiar. O vice-presidente de Agronegócio e Governo do BB, João Rabelo, explicou que os menores não participam pois, geralmente, plantam culturas diversificadas e sem um calendário específico de antecipação de compras.
O crédito para o pré-custeio da safra para médio agricultor ocorre por meio do Programa Nacional de Apoio aos Médios Produtores Rurais (Pronamp), com juros a partir de 6% ao ano. O limite dos empréstimos é de R$ 1,5 milhão. Para os grandes agricultores, a taxa de juros aumenta para 8% ao ano e o teto dos empréstimos também, subindo para R$ 3 milhões. Em ambos os tamanhos de negócio, o tipo de lavoura decide o prazo para o pagamento, que varia de 12 a 14 meses.
A contratação do crédito pode ser feita pela internet ou presencialmente, conforme a preferência do cliente. Para tanto, foi feita uma análise de risco prévia relativa a 750 mil clientes, cujo crédito encontra-se pré-aprovado, segundo o banco.
*Estagiária sob a supervisão de Roberto Fonseca