“Um funcionário foi assediado, porque decidiu voltar à ativa. Um ataque covarde de radicais, que não admitimos. Oferecemos proteção a ele e a sua família. O Brasil é uma democracia, isso significa que a liberdade de escolha tem de ser respeitada”, declarou, ao fim da entrevista.
O diretor de Relacionamento Institucional da Petrobras, Roberto Ardenghy, explicou que, no momento que a greve foi anunciada, a empresa colocou em ação os planos de contingência. “Se , mostraram bem-sucedidos. Mantivemos os níveis de produção, na área de transporte e refino, e mantivemos o mercado abastecido. Os planos funcionaram”, ressaltou.
Negociação
Ardenghy destacou que a empresa participará da audiência pública de conciliação marcada para amanhã, em Brasília, pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). “A pré-condição para a audiência foi o retorno imediato de todos os funcionários. Estamos coletando informações de nossas unidades onde houve paralisação para ver se todos retornaram ao trabalho”, disse.
O diretor disse que a Petrobras tem uma expectativa positiva sobre a conciliação do TST. “Para os funcionários da Ansa (Araucária Nitrogenados SA, no Paraná, empresa fechada pela companhia e cuja demissão em massa provocou a greve) oferecemos um pacote bem competitivo em termos de desligamento”, explicou. “Remuneração reforçada, programa de requalificação, assistência médica por dois anos. Por isso, não esperamos retorno da greve”, afirmou.
Se a negociação falhar, contudo, Ardenghy assinalou que a empresa retomará o plano de contingência, “sem impacto na produção e sem justificativa para aumento de preço”. O presidente da Petrobras destacou que não há relação da greve com o recente aumento do preço da gasolina. “Isso foi por conta dos preços internacionais, convertidos em reais, não tem nada a ver com a greve”, justificou. Sobre risco de desabastecimento, Castello Branco comentou: “não houve perda de uma gota”. Além disso, complementou, “temos estoques, existem importadores e o mercado é aberto.”
A Ansa foi comprada pela Petrobras em 2013. “Funciona como um relógio suíço. Todo ano dá prejuízo. Tentamos vender e o único interessado, um grupo russo, desistiu em novembro do ano passado. Diante da falta de alternativa, decidimos fechar e demitir”, justificou.
Os petroleiros grevistas alegam que houve demissão em massa, o que o acordo coletivo não permite, porque a Ansa, também chamada Fábrica de Fertilizantes e Nitrogenados (Fafen), tem 1 mil trabalhadores. “Da Petrobras, são 396 empregados, o restante é de terceirizados, que fornecem mão de obra, os empregadores são outros e podem não demitir. Como parte do pacote, para amenizar os efeitos sobre a comunidade, a companhia está oferecendo mil vagas de treinamento no Senai, para se requalificar de graça”, completou Castello Branco.