O ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou nesta quinta-feira (20/2) os riscos advindos da "turbulência internacional" e disse que, apesar da variação na cotação do dólar, o patamar é “inquestionavelmente mais alto”.
“É absolutamente natural que o juro de equilíbrio desça e que o câmbio de equilíbrio suba um pouco. Pode ser R$ 3,80, pode ser R$ 4, pode ser R$ 4,20. O câmbio é flutuante, o Banco Central opera isso. Mas o patamar é inquestionavelmente mais alto”, ressaltou.
A fala foi dita durante um discurso de lançamento da nova linha de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal com taxa fixa. O ministro ainda considerou que o Brasil deve crescer 2% em 2020 e que o país vai "decolar" enquanto o mundo está enfraquecendo e a América Latina "estagnada".
“Vamos passar a crescer 2% e assim por diante. Estamos recuperando a dinâmica de crescimento do país. Não precisamos temer a turbulência internacional. Evidente que ela tem efeitos, mas o Brasil sempre teve sua própria dinâmica de crescimento. O Brasil é economia continental. O mundo estava indo bem e nós afundando por décadas. É perfeitamente possível o mundo desacelerar e isso está contratado, o mundo está em desaceleração sincronizada, está descendo, a América Latina está estagnada, e o Brasil vai decolar”, disse.
No mesmo discurso, Guedes pediu desculpas às empregadas domésticas pela fala em que criticou a época de quando o dólar estava muito baixo com a frase de que “empregada doméstica ia para a Disney, uma festa danada”. No entanto, ele questionou a repercussão polêmica da frase.
‘Qual o problema de você fazer uma referência como essa? Mostrando que os preços estão empurrando a população em direção equivocadas. Um Brasil cheio de belezas naturais e as pessoas pensando em não viajar para o Nordeste, para as praias do Nordeste, por exemplo, porque estava 50% mais caro ir para o Nordeste brasileiro do que ir para o Exterior. Quem tira de contexto o que nós falamos, está semeando discórdia, semeando divisão entre os brasileiros”, concluiu.