Economia

Dólar sobe com cautela sobre coronavírus e combustíveis no radar

A perspectiva de que a Apple não irá cumprir o resultado financeiro estimado inicialmente até março por causa dos efeitos do coronavírus na economia chinesa apoia aversão ao risco nos mercados - e põe o dólar em alta ante o real e também no exterior. A gigante americana de tecnologia afirma que seu balanço será prejudicado pelas paralisações de fábricas chinesas e queda na demanda em meio ao surto da doença no país asiático. Além disso, os fracos resultados da pesquisa ZEW sobre expectativas econômicas e condições atuais na Alemanha são o primeiro sinal claro de que a confiança na zona do euro foi atingida pela epidemia de coronavírus, segundo a Pantheon Macroeconomics. Apesar do ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, enfatizar que o momento é de "juros baixos e dólar forte", o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira, 18, que o preço do combustível no Brasil e a alta do dólar estão juntos na escala de preocupação do governo. "É um colado ao outro, né?", reagiu o mandatário ao ser questionado sobre qual dos dois o preocupa mais. Bolsonaro voltou a reclamar do preço da gasolina, em meio ao 18º dia de greve de petroleiros, que foi considerada ilegal pelo TST, e de protestos de caminhoneiros programados para hoje e amanhã. Os petroleiros avaliam um posicionamento em resposta à decisão monocrática do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra, que considerou a paralisação abusiva e ilegal. Em sua página na internet, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou que vai deliberar coletivamente em assembleias com os sindicatos filiados os rumos do movimento e que vai recorrer da decisão. O presidente da República defende que o ICMS seja cobrado em cima do preço da refinaria, e não da bomba. A proposta, no entanto, enfrenta forte resistência de governadores de diversos Estados. "Se bem que a gasolina baixou 10% em janeiro na refinaria e na bomba não baixou nada. Sabem o que estou falando, não quero encrenca com ninguém, mas é a verdade e a verdade dói", continuou o presidente em conversa com jornalistas, pela manhã. Às 9h40 desta terça, o dólar à vista subia 0,27%, a R$ 4,3410. O dólar futuro para março avançava 0,29%, a R$ 4,3420. O Banco Central divulgou boletim regional nesta manhã. A atividade econômica da região Norte avançou 0,6% no trimestre encerrado em novembro deste ano, ante o trimestre finalizado em agosto, quando havia registrado alta de 1,4%, pela série dessazonalizada. No mesmo período, a atividade econômica da região Nordeste avançou 0,2%; na região Centro-Oeste recuou 0,2%; no Sudeste subiu 0,9%; e no Sul também avançou 0,1%.