Economia

Medidas na China levam à alta; feriado nos EUA e opções limitam ganho da Bolsa

Medidas de estímulos da economia chinesa para tentar combater os impactos do coronavírus no país, que impulsionam os mercados acionários europeus também levam à alta do Ibovespa na abertura nesta segunda-feira, 17. No entanto, a agenda com menos indicadores, o feriado nos Estados Unidos e o vencimento de opções sobre ações na B3 limitar a valorização, sobretudo nesta primeira parte do pregão. O volume de negócios também pode ficar comprometido em decorrência do fechamento dos mercados norte-americanos, em razão da celebração do Dia do Presidente. Às 1105, o Ibovespa subia 0,37%, aos 114.803,91 pontos. A expectativa do estrategista-chefe da Levante Ideias de Investimentos, Rafael Bevilacqua é que a segunda-feira seja de ganhos na B3, acompanhando o movimento na Europa, após o banco central chinês cortar a taxa de juros para abrandar os impactos do coronavírus. O vírus já causou a morte de 1.800 de pessoas. A autoridade monetária também injetou 300 bilhões de yuans (cerca de US$ 43 bilhões) no sistema bancário, dois terços dos quais através da linha de médio prazo. "Vários dias a Bolsa tem sofrido por causa dessa questão, do coronavírus. Então, deve pegar carona. O minério de ferro já subiu bem", diz. Vale ON, por sua vez, reagia em alta (2,10%). Petrobras, também, a despeito da instabilidade do petróleo e da greve dos petroleiros que já dura 17 dias. A estatal deve adotar medidas de importação caso a paralisação avance, conforme fontes. O banco central chinês ainda sinalizou uma possível redução de impostos e tarifas, bem como de mudanças nas regras para empréstimos em situação de inadimplência, o que permitiria o aumento do crédito bancário, cita em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada. "As potenciais ações geram a expectativa de recuperação da economia do país nos próximos meses, assim que o surto seja revertido. Além disso, tal perspectiva ameniza o mal estar com o péssimo resultado do PIB do Japão no quatro trimestre, que apresentou contração anualizada de 6,3%", descreve. Após cair 1,11%, aos 114.380,71 pontos na sexta-feira, o Ibovespa deve buscar uma recuperação sensível, estima Campos Neto, no aguardo dos balanços da Petrobras e Vale. As blue chips informarão seus resultados na quarta e quinta-feira, respectivamente. "O ambiente político também permanece no radar, de olho no ímpeto da agenda reformista, em meio às incertezas recentes", acrescenta. Nesta segunda-feira, foi informado o balanço da varejista Magazine Luiza, cujo lucro líquido subiu 54,3% em 2019, mas caiu 11,4% no quarto trimestre do ano passado. Ainda no ramo do varejo, o Carrefour anunciou a compra de 30 lojas do Makro no Brasil por R$ 1,95 bilhão, o que deve ser monitorado pelo investidor. "É um indicativo de que o mercado está aquecido", diz Bevilacqua. As aços das duas varejistas - Carrefour e Magazine Luiza - reagem alta de 5,08% e de 2,91%, respectivamente.