O mercado reagiu mal ao resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que registrou queda de 0,27% em dezembro na comparação mensal. Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o resultado aponta que a economia brasileira cresceu 0,89% em 2019, abaixo do patamar esperado por analistas. Com a retração do indicador o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), registrou queda de 1,11%, para 114.380 pontos.
Segundo o estrategista-chefe da Infinity Asset, Otávio Aidar, o mercado tinha a expectativa de que a economia brasileira começaria a crescer em ritmo forte, o que o índice do BC não confirmou. “As projeções eram de um crescimento do PIB entre 2,5% e 3% em 2020, mas na realidade, a economia está em um ritmo mais lento do que se imaginava”, afirmou. De acordo com o analista, os dados positivos de novembro do ano passado não mostraram força para ter sequência. “O mercado já está revisando a estimativa de crescimento deste ano para um nível mais próximo de 2%”, disse. Aidar também ressaltou a volatilidade trazida para o mercado pela epidemia do coronavírus. Ainda assim o resultado trimestral forte dos bancos sustentou a alta de 0,54% da B3 na semana.
As bolsas globais fecharam em queda diante do aumento súbito dos casos de coronavírus, mas a Comissão Nacional de Saúde chinesa reduziu o número de mortos em 108 por dupla contagem na província de Hubei, epicentro da epidemia. Para o sócio e head de produtos da Monte Bravo Investimentos, Rodrigo Franchini, o somatório do cenário de juros baixos, atividade econômica fraca e epidemia do coronavírus traz à tona a real situação econômica em 2020. “O Brasil tem que achar uma forma de andar com as próprias pernas de maneira mais rápida, e vamos precisar das reformas para gerar caixa, permitindo ao governo ter mais flexibilidade na política fiscal”, avaliou.
* Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo