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Bolsa: Gestor diz que há uma bolha no mercado brasileiro
A palestra concedida por Luis Stuhlberger, dono da Verde Asset Management e gestor do maior fundo multimercado do Brasil, em evento do banco suíço Credit Suisse, em São Paulo, pegou muito investidor de surpresa. Um dos mitos do mercado financeiro brasileiro, Stuhlberger acha que o crescimento expressivo do valor das ações nos últimos 2 anos pode estar com os dias contados. Ele vai até mais longe, dizendo que o cenário atual configura uma bolha. “Não existe uma bolha nas bolsas no mundo, mas, no Brasil, sim”, disse ele. “Os órfãos do CDI têm diversificado seu portfólio todos os dias com aportes em crédito privado e private equity. Esse movimento é muito bom para a economia brasileira, mas para o investidor pode não ser.” Ontem, o fintwit, a comunidade do mercado financeiro no Twitter, ferveu com o assunto. O interessante é que as opiniões estão divididas. Muita gente acha que Stuhlberger está certo, mas uma ala considerável acredita que ele exagerou.

Especialista vê setor com “otimismo cauteloso”
No mesmo evento do Credit Suisse, Rogério Xavier, fundador da SPX Capital, destacou o que chama de “otimismo cauteloso” com o mercado de capitais brasileiro. “Os preços estão distorcidos pela política monetária”, disse. “Os juros empurraram as pessoas a tomar mais risco. Se é uma bolha ou não, não sei. O risco é que algum evento não previsto faça com que as pessoas que correram para o risco, em uma reversão de cenário, encontrem uma porta de saída estreita.”

Novas aeronaves ajudam Azul a reduzir custos
A substituição da frota da Azul, que começa a trocar os jatos E1 pela nova geração da família E2, ambos da Embraer, deverá melhorar os resultados financeiros da empresa. Basta comparar a performance do E2 com o E1 para entender a questão. Os jatos E2 possuem 18 assentos adicionais, consomem 19% menos combustível e têm custos de manutenção 16% inferiores na comparação com o modelo anterior. Com essas vantagens, a Azul estima que o seu gasto médio por viagem será 14% menor.

Salim vende tudo
Secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar defende privatizar tudo – tudo mesmo. Nesta semana, ele comemorou a negociação de imóveis que pertenciam à União. “Vendemos a casa que foi utilizada por diversos ministros nos últimos 50 anos”, diz Salim. “Ela foi ofertada por R$ 6,3 milhões e vendida por R$ 10,8 milhões, ágio de 70%. Também vendemos outra casa residencial em Brasília por R$ 7,2 milhões. Elas vão render R$ 18 milhões aos cofres públicos.”

RAPIDINHAS
» Nunca duvide da Apple: essa é a lição do balanço da empresa. No quarto trimestre de 2019, a gigante da maça lucrou US$ 22,2 bilhões – é o melhor resultado da história. Tanto as vendas de iPhones quanto de dispositivos como Apple Watch e fones de ouvido superaram as estimativas do mercado.

» E por falar na Apple: Bill Gates, o fundador da Microsoft, também é investidor da empresa criada por Steve Jobs. Ele detém 0,13% das ações da Apple, o equivalente a US$ 1,8 bilhão. É pouco perto do dinheiro que possui, mas não deixa de ser curioso o fato de Gates apostar na fabricante de iPhones, que foi durante muito tempo a principal rival da Microsoft.

» O otimismo continua a dar o tom no mundo corporativo. Desta vez, a Fundação Getulio Vargas informou que o Índice de Confiança da Indústria atingiu em janeiro a maior pontuação desde março de 2018. Segundo a FGV, a confiança do setor abre 2020 mantendo a tendência de recuperação iniciada em outubro de 2019.

» A Boeing revelou ontem o tamanho do rombo em suas contas depois dos acidentes com o 737 Max, que mataram 346 pessoas em um período de 5 meses. No ano passado, a empresa perdeu US$ 636 milhões, o pior resultado em 22 anos. Segundo a Boeing, os custos relacionados à suspensão das operações com o 737 Max chegam a US$ 19 bilhões.