Setor da economia que mais sentiu a recessão econômica, da qual o Brasil se recupera lentamente, a construção civil, que registrou 20 trimestres seguidos de queda durante a crise, iniciou a recuperação em 2019 e ganhou confiança em 2020. O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI-Construção) subiu 0,9 ponto em relação a dezembro de 2019 e atingiu 64 pontos neste mês, o maior nível desde dezembro de 2010.
O indicador, que está 10,2 pontos acima da média histórica, foi puxado, especialmente, pela percepção de melhora das condições atuais da economia brasileira. As informações são da Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta quarta-feira (29) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O ICEI-Construção varia de zero a cem pontos. Quando está acima dos 50 pontos mostra que os empresários estão confiantes.
A melhora da confiança é confirmada pelo aumento da disposição dos empresários para investir. O índice de intenção de investimentos subiu 2,2 pontos em relação a dezembro e alcançou 44,4 pontos em janeiro, o maior valor desde setembro de 2014. Foi o quarto aumento consecutivo do indicador que está 10,3 pontos acima da média histórica.
“O cenário econômico favorável, com juros baixos e inflação controlada, estimula as pessoas a fazerem a obra que estava sendo adiada ou até mesmo comprar um imóvel”, analisa a economista da CNI, Dea Fioravante. “Isso aumenta a demanda por serviços da construção e tem impacto na propensão dos empresários para investir”, completa.
A melhora nas expectativas, no entanto, ainda não é suficiente para repercutir numa alta do emprego na construção civil. O levantamento mostra que o indicador de evolução de atividade recuou para 45,8 pontos e o de número de empregados diminuiu para 45,1 pontos em dezembro. Ambos continuam abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa o aumento da redução na produção e do emprego. O indicador de utilização da capacidade operacional ficou em 59% no mês passado.
Como, na Sondagem Indústria da Construção, todos os índices de expectativas dos empresários aumentaram em janeiro frente a dezembro, isso indica que há a perspectiva de aumento do nível de atividade, de novos empreendimentos serviços e do emprego no setor nos próximos seis meses.