Apesar dos entraves, o mercado brasileiro de aviação civil passou por mudanças positivas, dizem os especialistas. A concessão de vários aeroportos melhorou a infraestrutura aeroportuária, essencial para atender à demanda futura de viagens aéreas. De acordo com a Iata, a demanda do Brasil (como destino, origem e internamente) mais do que dobrará nos próximos 20 anos.
A estimativa de investimentos privados em aeroportos brasileiros nas próximas três décadas é de mais de R$ 10,2 bilhões. Em 2020, serão concedidos 22 terminais ao setor privado, durante a 6ª rodada, incluindo os de capitais como Curitiba, Manaus e Goiânia. Aeroportos como Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) devem ser leiloados em 2022, na 7ª rodada, quando 19 aeroportos serão concedidos.
Além disso, o governo está focado no desenvolvimento da aviação regional e estipulou a meta de 200 cidades brasileiras com voos regulares até 2025 (hoje são 130) e 200 milhões de passageiros transportados ao ano até 2025. As empresas aéreas brasileiras transportaram 103 milhões de passageiros em voos domésticos e internacionais em 2018, segundo a Anac. Para isso, o governo federal prevê investir, até 2022, R$ 3 bilhões em equipamentos de navegação aérea, manutenção, reforma, ampliação e construção de novos aeroportos regionais em parceria com estados e municípios.
“Empresas menores estão se consolidando em parcerias com as grandes para fazer essas rotas regionais. Não é mais possível o passageiro ter de rodar 500 a 800 quilômetros de carro para chegar a um aeroporto”, afirma o diretor executivo da Alta, Luis Felipe de Oliveira. Para isso, a associação, em parceria com a Iata, capacita companhias, com certificado de segurança internacional, para que possam fazer os acordos de codeshare. “Três estão nesse processo, pelo qual já passou a TwoFlex (ex-parceira da Gol, comprada este ano pela Azul)”, diz.