O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, 25, que pode rever a ação que o Brasil move contra a Ãndia na Organização Mundial do Comércio (OMC) por conta de subsÃdios à produção e exportação de açúcar. A declaração foi dada após uma reunião com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi na capital indiana.
No encontro que tiveram, o primeiro-ministro pediu ao Brasil para que retire a ação referente ao açúcar e recebeu um aceno positivo. Questionado por jornalistas sobre o tema, Bolsonaro respondeu que fará o possÃvel para atender ao pedido. "Ele me disse que o açúcar comercializado para fora equivale a 2% do montante. Isso é pequeno. Pedi para o Ernesto Araújo (ministro das Relações Exteriores) a possibilidade de rever essa posição do Brasil".
O presidente disse que o Brasil não vai exigir nada em contrapartida, mas ressaltou que seria importante que a Ãndia aumentasse sua produção de etanol. "O etanol... essa tecnologia nossa vindo pra cá, eles querem isso aÃ, acaba nos favorecendo também. Daà produz menos açúcar aqui, ajuda a equilibrar o mercado e é um sinal de aproximação com a Ãndia muito forte".
Brasil, Austrália e Guatemala pediram a abertura de um painel da OMC para analisar os subsÃdios do governo indiano para produção e exportação de açúcar. O contencioso foi iniciado em fevereiro de 2019 e o Brasil apresentou seu pedido para o estabelecimento de um painel em julho de 2019, tudo já durante a gestão de Bolsonaro.
O governo brasileiro argumentou, na ocasião, que as polÃticas indianas geraram prejuÃzos aos agricultores do Brasil, ao ajudar a derrubar as cotações do produto. O Itamaraty alegou, entre outras coisas, que a Ãndia quase dobrou o preço mÃnimo a ser pago pela cana-de-açúcar desde a safra 2010/11. Há poucos dias, já em 2020, BrasÃlia apresentou, segundo matéria do jornal Valor, sua primeira petição com argumentos contra os programas de subsÃdios indianos.
Bolsonaro está na Ãndia desde sexta, onde está a convite de Modi para participar como convidado do Dia da República da Ãndia, no domingo. No sábado, ele se reuniu com o primeiro-ministro e com altas autoridades do governo indiano. Foram formalizados 15 atos para facilitar o comércio, os investimentos e a cooperação entre os dois paÃses.
Na visita, tanto autoridades do governo indiano quanto do brasileiro enfatizam o potencial de comércio e atração de investimentos entre os dois paÃses. Em 2019, o intercâmbio comercial entre Brasil e Ãndia foi de US$ 7,5 bilhões.