Economia

Planalto troca nomes na Geap

Como antecipado pelo Correio, ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, designou novos representantes da União para o Conselho Deliberativo da entidade que administra plano de saúde dos servidores federais. Aumento da mensalidade desgastou gestão

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, trocou os três representantes do governo no Conselho Deliberativo (Conad) da Geap, que administra o plano de saúde dos servidores federais. A informação de que o Planalto preparava uma intervenção da entidade foi antecipada ontem pelo Correio. Segundo fontes que acompanham o assunto, além de problemas administrativos, questões políticas vinham minando a situação dos dirigentes da operadora.

Foram demitidos Soctt Kartegeane Linhares Camelo, André Serpa e Josmar Teixeira de Resende. No lugar deles, como representantes da União no conselho, foram designados Fernando Wandscheer de Moura Alves, Helio Cabral Sant’ana e Thiago Groszewicz Brito. Hoje, o Conad se reúne para dar posse aos novos integrantes. A Geap, porém, não quis se manifestar.
Os demitidos foram responsáveis pela aprovação do aumento de 12,75% nas mensalidades dos 390 mil participantes do plano, que foi mal recebido pelos beneficiários. De acordo com nota da Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social (Anasps), os mesmos dirigentes, apesar dos apelos dos beneficiários, “não se empenharam pelo reajuste do per capita, que é a parcela de participação do governo no plano, e estavam querendo baixar um AI-5 e banir qualquer oposição à diretoria executiva da Geap”. A Anasps afirma, ainda, que a diretoria executiva da Geap, presidida pelo general de divisão Ricardo Figueiredo, recebe salários elevados. O do presidente é de R$ 40 mil mensais.

No Conad, além dos três votos de representantes, o governo tem o voto de minerva, o que anula os três votos da oposição, formada por servidores. “Eles chegaram a propor uma medida restritiva aos representantes dos servidores, com corte de passagens para os que moram fora de Brasília, e retirada dos celulares institucionais”, afirma a Anasps.

A associação destaca, ainda, que, em reunião no Palácio do Planalto, quando mostrou resultados de sua gestão, reduzindo contratos na Geap, o general Ricardo Figueiredo anunciou que acabara com o deficit da operadora, possibilitando o encerramento da intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na entidade. A agência reguladora mantinha um diretor fiscal na Geap havia cerca de 10 anos. A Anasps, contudo, diz que as duas informações “não são verdadeiras”.

A associação, que se opôs ao aumento das mensalidades, pediu que seja considerada a possibilidade de incremento do desembolso per capita da União para o plano de saúde, para reduzir o impacto do reajuste de 12,75% no bolso dos associados, que têm reclamado da qualidade dos serviços.

Nos últimos anos, o comando da Geap sempre esteve nas mãos de indicados pelo PP. Durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, PP e PT disputaram as nomeações.