Com o ajuste sazonal, a ICF apresentou uma retração mensal de 0,3%. Apesar de ser a segunda consecutiva na série dessazonalizada, a queda foi menos intensa do que a registrada em dezembro de 2019 (-0,8%).
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os números mostram que os consumidores estão cautelosos com seus gastos no curto prazo, mas representam um cenário mais otimista no longo prazo, além de serem um indicativo de que a economia brasileira deve ter um 2020 melhor que 2019.
“Os resultados estão alinhados com uma melhora da percepção econômica, já sinalizada pelo aumento da confiança dos empresários do comércio, que também teve seu melhor janeiro em anos. Os indicadores medidos neste primeiro mês traduzem uma recuperação gradual, impulsionados pela inflação baixa e redução nas taxas de juros”, afirmou, em nota.
Crédito
O item acesso ao crédito apresentou aumento de 0,3% na passagem de dezembro para janeiro, após queda de 1,2% em dezembro. O indicador atingiu 91,7 pontos, o maior nível desde maio de 2015. Na comparação anual, o crescimento foi de 5,6%.
Segundo a CNC, a melhora na percepção das famílias em relação ao mercado de crédito também pode ser observada pela redução da quantidade de brasileiros que acredita que comprar a prazo está mais difícil: 39% contra 39,7% em dezembro e 40,5% em janeiro de 2019.
A parcela de brasileiros que avaliou o momento como positivo para comprar bens duráveis atingiu 34,6%, o maior percentual desde abril de 2015 e acima dos 32,7%, observados no mês anterior, e dos 32% registrados em janeiro passado. Dos sete componentes da ICF, este foi o item que apresentou as maiores variações positivas em ambas as bases de comparação – mensal (%2b3,3%) e anual ( 7,4%) –, chegando ao melhor patamar desde abril de 2015.
Renda
Outro destaque da pesquisa foi o indicador renda atual, que apresentou crescimento de 3,8% em relação a janeiro do ano passado, chegando a 112,7 pontos e alcançando o maior nível desde maio de 2015. O item registrou retração no comparativo mensal, com queda de 1,3%. O item emprego atual contabilizou queda de 1,6% na passagem de dezembro para janeiro.
Segundo a economista da CNC responsável pelo estudo, Catarina Carneiro da Silva, essas quedas podem ser explicadas pelo fato de janeiro ser um mês em que uma parte dos contratos de empregos temporários é encerrada. “Normalmente, também há uma redução de renda neste período, visto que os funcionários não sentem os efeitos do benefício do décimo terceiro e da disponibilidade do saque do FGTS, como em dezembro. Além, claro, dos gastos sazonais no início do ano, como IPTU, IPVA e matrículas escolares.”