Economia

Onyx quer novo comando na Geap

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está convencido de que precisa fazer uma limpa em todo o alto escalão da Geap Saúde, a começar pela diretoria da operadora, que administra o plano de saúde de servidores públicos federais. Além de problemas financeiros, que voltaram a se agravar, pesam contra os gestores, na visão do ministro, questões políticas. A expectativa é de que a decisão seja oficializada ainda nesta semana.


Não é de hoje que a Geap sofre para fechar as contas, manter a estrutura e garantir o atendimento aos conveniados. Tanto que passou por uma sucessão de trocas de comando nos últimos anos, sem que nada fosse resolvido. Em alguns momentos, houve respiros, mas a operadora voltou cair no vermelho.


O comando da Geap sempre esteve, nos últimos anos, nas mãos de indicados pelo PP. Durante os governos petistas, houve uma guerra aberta entre PP e PT pela direção da operadora, que chegou a ter mais de 600 mil associados e, hoje, mal consegue chegar aos 400 mil. Os servidores têm reclamando da qualidade dos serviços. O atual presidente é o administrador de empresas Ricardo Figueiredo.

Reajustes
Os associados também reclamam do reajuste de 12,5% nas mensalidades do plano de saúde, já que os serviços, segundo os beneficiários, deixam a desejar. Os novos valores das mensalidades passam a valer a partir de fevereiro. Enquanto os servidores sofrem com os problemas de caixa da Geap, a operadora mantém salários elevados a seus empregados, muitos sem a qualificação exigida para o cargo, de acordo com fontes ligadas à administradora.


A Geap viveu, nos últimos anos, uma onda sucessiva de polêmicas. Uma das mais rumorosas ocorreu em abril de 2018, quando o então diretor executivo da entidade, Roberto Sérgio Fontenele Cândido, disse, em reunião com dirigentes da casa, que hospitais e médicos “roubam” os planos de saúde. Ele garantiu que, na sua gestão, isso não aconteceria. “Quer trabalhar com a gente, vai trabalhar sem roubo, porque hospital também rouba. E rouba muito. Médico também rouba muito”, afirmou. A conversa deveria ser sigilosa, mas o conteúdo foi gravado, vazou e foi publicado pelo Correio. Em questão de dias, ele foi demitido.


O Correio procurou a Geap, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.