A produção industrial brasileira registrou queda de 1,2% em novembro de 2019, na comparação com o mês anterior. Além de interromper a sequência de três meses de crescimento, o recuo elimina parte da alta de 2,2% acumulada entre agosto e outubro do último ano. Os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que foi a queda mais forte para o mês desde 2015, quando a indústria encolheu 1,9%.
A queda deve repercutir negativamente no Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado, como ressalta a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) Mayara Santiago. “Dados do Ministério do Trabalho apontam demissões nesse setor. Esse resultado tem efeitos que vão além da indústria, afetando também o setor de serviços e o PIB. O peso da indústria de transformação impacta indiretamente outros setores”, avaliou.
Quatro grandes categorias da indústria de transformação apresentaram queda no período: bens de consumo duráveis (-2,4%), bens de consumo semi e não duráveis (-0,5%), bens de capital (-1,3%), e bens intermediários (-1,5%). Dezesseis das 26 atividades industriais pesquisadas registraram recuo na produção, com destaque para produtos alimentícios (-3,3%), veículos automotores (-4,4%), indústrias extrativas (-1,7%), outros produtos químicos (-1,5%) e máquinas e equipamentos (-1,6%).
*Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo