O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, considera que a inflação está acomodada no médio e longo prazo e credita isso a um período de “seriedade fiscal” marcado pelo atual governo. A autoridade monetária projeta para 2020 um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,8%, abaixo do projetado atualmente pelo mercado, de 4,1%.
Diante da baixa inflação, o BC monitora com lupa a curva de juros no mundo. Em um slide apresentado, Campos Neto mostra uma tabela que aponta a curva de juros negativos de cada país por vértice de prazo em alguns países. “Na outra coluna, mostra o quanto da dívida que está no balanço do Banco Central daquele país e que, se os juros subirem, vai ter um efeito que, em grande parte, vai ser absorvido pelo próprio BC”, declarou.
O presidente da autoridade monetária citou que a curva de juros nos Estados Unidos começou a modificar um pouco e puxar algumas outras curvas longas para cima. Contudo, não citou se esse movimento pode impactar nas próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que, na última reunião, reduziu a taxa básica de juros (Selic) para 4,5%.
A inflação é outro cenário para onde o BC manterá as atenções. Campos Neto reconhece que o cenário mais recente aponta um aumento da expectativa da alta dos preços do ano corrente, mas sustenta que as projeções para o IPCA estão bem acomodadas. “Acho que já discorremos bastante sobre o tema, o objetivo não é falar sobre isso, mas temos visão que a inflação está ancorada no médio e longo prazo”, destacou.