Economia

ONS reduz previsão de afluência e nível dos reservatórios do Sudeste em janeiro

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reduziu a sua previsão de afluências para o Sudeste do País, a principal "caixa d' água" do setor elétrico brasileiro. A nova expectativa é de que o volume de água que chegará aos reservatórios das hidrelétricas da região fique em 70% da média histórica para o mês, uma queda de cinco pontos porcentuais (p.p.) em relação ao indicado na semana passada. A informação consta no Informe do Programa Mensal da Operação (PMO), referente à segunda semana operativa de 04 a 10 de janeiro deste ano. No documento, o ONS previu que a Energia Natural Afluente (ENA) do Sul fique em 46% da média histórica, 18 p.p. abaixo do indicado no documento da semana passada, e fique em 53% da média no Norte, uma redução de cinco pontos porcentuais. A única região que teve alta na ENA prevista foi o Nordeste, de 14 p.p., com uma nova estimativa de 43% da média histórica. O novo cenário de afluências do Operador acende o sinal de alerta e evidencia a dificuldade de recomposição do nível dos reservatórios das principais hidrelétricas em pleno período úmido, contrariando as expectativas dos agentes do mercado que trabalhavam com um cenário de chuvas próximo à média histórica neste primeiro trimestre de 2020. No Sudeste, a nova previsão do ONS é de que os reservatórios fechem o mês de janeiro em 22,2%, inferior à projeção anterior de 24,9%. No Sul, a queda nas expectativas de volume armazenado é mais acentuada, passando de 35,1% para 28%. No Norte, a projeção de energia armazenada passou de 21,6% para 19,6%. O único aumento, refletindo a melhora nas afluências, é esperado no Nordeste, passando 39% para 42,2% para o final de janeiro. Carga Se as previsões indicam piora nas afluências e, por consequência, no nível dos reservatórios, a carga projetava teve um ligeiro aumento para o mês de janeiro. A expectativa do ONS é de que a carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) encerre o mês em 72,527 mil MW médios, uma ligeira melhora em relação aos 72,353 mil MW médios estimados anteriormente. Ainda assim, a nova previsão representa uma queda de 0,8% em relação a janeiro de 2019. A elevação na projeção reflete, principalmente, o aumento da carga estimada no Sul do País, de 180 MW médios, para 13,079 mil MW médios, o que corresponde a uma queda de 0,8% na comparação com janeiro de 2019. Na previsão anterior, o ONS calculava uma retração de 2,2% na carga de energia no Sul. No Sudeste, houve aumento de 8 MW médios na carga estimada em janeiro de 2020, para 42,076 mil MW médios (-2,7% vs janeiro de 2019). No Nordeste, a carga projetada teve alta de 9 MW médios, para 11,680 mil MW médios (+3%). No Norte, por sua vez, a expectativa é de uma queda de 23 MW médios, para 5,684 mil MW médios (+5,7%). Custo Marginal da Operação Diante de tais projeções, o ONS calculou o Custo Marginal de Operação (CMO) em R$ 361,22 por megawatt-hora (MWh) na média da segunda semana operativa de janeiro em todos os sistemas do País, valor 25,8% maior que os R$ 287,31/MWh da semana passada. O CMO é utilizado como referência para a definição do PLD, indicador que deve ser divulgado esta tarde pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).