Economia

As polêmicas em torno do bilionário Masayoshi

Hoje, o SoftBank Vision Fund é a principal fonte de recursos para investimentos no Vale do Silício, na Califórnia. A cada seis semanas, é feita uma longa teleconferência da qual participam 75 profissionais e empreendedores, de três continentes, para que possam acompanhar suas startups.

O próprio bilionário japonês Masayoshi Son, fundador da empresa-mãe do fundo, SoftBank Group Corp., costuma chamar a partir de Tóquio. Masa tem o poder de ser encantador e esfuziante nas teleconferências. Mas esses momentos são alternados por routros de duras cobranças. O empresário não facilita. Cobra métricas que sejam ao mesmo tempo mutáveis, que sejam cheias de detalhes e infalíveis.

A pressão por crescimento teve efeitos colaterais no caso da WeWork. Masa identifica uma startup com potencial de receber investimentos, aperta os fundadores para que expandam de forma agressiva e, avaliam os analistas, ganha com avaliações infladas. Tudo ia bem até os problemas operacionais da WeWork, empresa de maior destaque no portfólio.

Sauditas
Além da característica de gestor de Massa, outra marca está na origem da maior parte do dinheiro do Vision Fund, a Arábia Saudita. O bilionário japonês conseguiu US$ 45 bilhões com os sauditas, apesar do histórico negativo do país na esfera dos direitos humanos. O próprio príncipe herdeiro Mohammed bin Salman deu suporte ao Vision Fund em 2016, época em que centenas de empresários e autoridades governamentais do reino foram detidos no Ritz-Carlton Riyadh. Essas pessoas, segundo relatos, teriam sido torturadas e um general saudita morreu no cativeiro. No ano seguinte, o príncipe foi apontado pela CIA e pela Organização das Nações Unidas (ONU) no assassinato brutal do jornalista americano do Washington Post, Jamal Khashoggi. As acusações foram negadas por ele.