Após uma sequência de recordes históricos, no último pregão do ano, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), terminou com recuo de 0,76%, a 115.645 pontos. O dia de baixa liquidez, com R$ 15,39 bilhões de volume negociado, não teve notícias expressivas. Em dezembro, o indicador chegou a superar os 117 mil pontos, desempenho considerado errático por analistas, diante do fluxo habitual de fim de ano. ;Em geral, nesta época, não temos altas expressivas devido à ausência de volume e à quantidade remessas para o exterior;, destaca o economista da BlueMetrix Ativos Renan Silva.
No ano, o índice acumulou alta de 31,58%, a maior dos últimos 10 anos. As bolsas pelo mundo foram fortalecidas nas últimas semanas com as tratativas para pôr fim à guerra comercial entre Estados Unidos e China. Mas, em 2019, o mercado de ações se tornou mais atrativo no Brasil em meio aos sucessivos cortes na taxa básica de juros (Selic), que termina em 4,5%, menor patamar desde que foi estabelecido o regime de metas de inflação no país. A sequência de altas também se deu pela entrada de investidores.
;Comecei a investir com a poupança, que é o básico, e fui diversificando porque não se coloca todos os ovos na mesma cesta;, conta o estudante de Direito Pedro Ferreira, 23. Hoje em dia, tem investimentos em fundos da Bolsa de Valores e criptomoedas. ;O primeiro contato foi aos 12 anos, ao ouvir os pais conversando sobre o mercado de ações. ;Eu sempre estive em um ambiente permeado por esse assunto, foi um estímulo muito grande para eu me interessar;, conta.
Pedro recomenda a busca, em portais de vídeo na internet, de maiores informações sobre investimentos. ;Demanda estudo, não é uma coisa que você pode fazer simplesmente de uma hora para outra. Mas também não é um bicho de sete cabeças;, diz.
Dólar
O dólar comercial fechou com recuo de 0,95%, cotado a R$ 4,011. O valor é menor do que o projetado pelo mercado no boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na manhã de ontem, segundo o qual a moeda norte-americana fecharia o ano valendo R$ 4,10. Apesar da queda acumulada de 5,43% no mês, a divisa encerrou 2019 com alta de 3,50%. No mês de novembro, a moeda bateu sucessivos recordes, chegando a valer R$ 4,25.
A queda na cotação da moeda reflete a melhora no cenário internacional, com o avanço nos diálogos da guerra comercial, e a disponibilidade do mercado de tomar mais risco em países emergentes. Os mercados chegam ao fim do ano com uma onda de otimismo, especialmente após as tratativas do acordo, que deve ter sua primeira fase assinada ainda esta semana. Os sinais de estabilização e reaquecimento da economia brasileira trazem mais confiança dos investidores para o próximo ano. (AR e GP)