A inspiração de criar um ambiente para atender ao público a qualquer momento, sem necessidade de agendar horário, surgiu há vários anos na cabeça da executiva Cláudia Vobeto, 44 anos. Em menos de um ano, desde o início da operação, a rede de franquias Majô Beauty Club possui 36 unidades espalhadas pelo Brasil. No entanto, nem sempre foi assim. Antes de se tornar um sucesso no ramo da beleza por meio de um aplicativo, a empresa passou por longos anos de maturação e de estudo de mercado.
O projeto começou a ser construído em 2006, quando Claúdia desenvolveu um método de depilação menos doloroso e associou ao atendimento sem hora marcada. Dez anos depois, o projeto começou a ser desenhado, enquanto a empresária seguia trabalhando em outra empresa. O período serviu para Cláudia estudar como seria sua caminhada no segmento de beleza. Em 2019, 13 anos após o surgimento da ideia, a Majô saiu do papel e se tornou uma rede de franquias.
Antes de começar o novo empreendimento, Cláudia levou a experiência como consumidora, de receber atendimentos precários em salões e clínicas de beleza. A empresária conta que não encontrava no mercado lugares em que não precisava agendar tratamentos depilatórios e, até mesmo, manicure e pedicure. Hoje, a Majô possui um aplicativo e é especializada em depilação, sobrancelhas, estética e unhas. ;Nossa ideia era nos posicionarmos de uma forma diferente, entregando aquilo que as clínicas não tinham nem se preocupavam muito. Quando preenchemos essa lacuna do mercado, despontamos;, comemora.
Revolucionário
Enquanto estudava o plano de negócio da Majô Beauty Club, Cláudia trabalhava como sócia em uma rede de franquias também do ramo de beleza, com mais de 70 unidades. Lá, a empresária vivenciou momentos em que a situação econômica do país declinou, sobretudo nos anos 2014 e 2015. ;Os momentos de crise são ideiais para aprender a gerir e revolucionar o negócio. Quando está crescendo e o cenário está tranquilo, a gente acaba se acomodando;, afirma. ;Quando há a necessidade de mudar, impulsionado pela economia frágil, o empreendedor começa a rever custos e processos;, assinala. As principais alternativas para revolucionar um negócio no meio da recessão foram a renegociação com fornecedores e a reinvenção de processos antigos.
Os maiores ensinamentos que Cláudia obteve da crise foi como seguir a intuição com a intensidade e velocidade corretas. ;É preciso saber quando agir e o que trazer ao mercado no momento certo;, diz. ;A intuição fala muito alto, mas precisa ser comprovada com dados técnicos e profissionais. Toda transformação só é possibilitada com um bom embasamento;, ensina.
Cláudia afirma que o futuro empreendedor deve, além de analisar profundamente o mercado, contratar fornecedores em que confie e sempre manter atualizado o plano de negócios. Ela também ressalta a importância de capital de giro. ;A maioria dos negócios não quebram por falta de cliente e, sim, por fluxo de caixa insuficiente para dar continuidade na entrega. Não é possível oferecer algo sem capital. É preciso estar preparado para ficar um bom tempo sem retirar renda do negócio;, conta.
Ao longo de 2019, a Majô Beauty Club investiu mais de R$ 1 milhão em inovação, que envolveu, além da tecnologia do aplicativo, o lançamento de 27 produtos químicos e cosméticos. O objetivo é ampliar o negócio para 100 unidades franqueadas por todo o país até 2021. ;Trabalhamos na expansão a partir da avaliação do mercado nos locais em que os franqueados demonstram interesse;, explica. ;Antes de iniciar o processo, verificamos se o candidato possui o perfil e se tem condições de manter o negócio. Também avaliamos se é algo para transformar a vida daquele empreendedor.;
*Estagiária sob supervisão de Simone Kafruni