Jornal Correio Braziliense

Economia

Promessa de melhor Natal desde 2014 leva consumidores às compras na 25 de Março

Uma multidão preencheu as ruas do centro de São Paulo em busca de presentes de Natal na última hora nesta segunda-feira, 23: segundo as estimativas da associação de lojistas da Rua de 25 de Março, a Univinco, até 600 mil pessoas devem passar pelo centro tradicional do varejo paulistano em busca de uma lembrancinha para os parentes e amigos. De acordo com a associação, mais de 1 milhão de pessoas passaram pela região - que contempla ainda endereços como a Ladeira Porto Geral - para fazer suas compras no último final de semana. Eles fazem parte do grupo de 13,2 milhões de pessoas que deixaram para fazer suas compras natalinas a poucos dias da data, como estimou um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O montante, diz a pesquisa, equivale a 10% daqueles que têm a intenção de presentear alguém, acima dos 8% registrados no ano passado. Na visão da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o consumidor que deixa as compras para a última hora acaba não tendo tempo para se ater a detalhes importantes, como pesquisar preços de diferentes marcas ou lojas. Natal pode ser o melhor desde 2014 Segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), este Natal pode ser o melhor desde 2014. A expectativa é que o varejo movimente R$ 36,3 bilhões na ocasião, perto do pico de R$ 36,5 bilhões registrados na mesma data de 2014, calculou a CNC. "São três fatores (para isso): foi o efeito antecipação do calendário do FGTS, mas também inflação baixa e ampliação dos prazos das operações de crédito", explicou o economista Fabio Bentes, da Divisão Econômica da CNC, responsável pelo levantamento. Rivalidade com Black Friday não é problema Nem mesmo a popularização da Black Friday como data para o comércio brasileiro - é o que afirma a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Sob o impulso da liberação de saques do FGTS, o ímpeto de compra para o Natal avançou para 65,5 pontos este ano, maior patamar desde 2014, quando começou a recessão econômica. No Natal de 2018, o ímpeto de compra foi de 61,1 pontos. O levantamento mostra que 18,2% dos entrevistados anteciparam as compras natalinas nas promoções da Black Friday. Há dois anos, esse porcentual alcançava 33,0% dos ouvidos.