A pesquisa utilizou dados do Sistema Integrado de Administração de Pessoal (Siape) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2017. Para otimizar os resultados, focou em 80 carreiras com o maior número de servidores. As ocupações escolhidas corresponde a 456 mil servidores, ou seja 84% do total.
Ao olhar para um recorte em que a modernização será alta e os servidores terão mais de 65 anos em 2032, o impacto em algumas ocupações pode chegar a 0,66. É o caso dos serventes de limpezas. Neste recorte também estão incluídos os agentes administrativos, auxiliar de serviços gerais e agente de operações de saúde.
O progresso tecnológico pode até levar à extinção de algumas carreiras. A carreira de técnico de contabilidade foi a que teve maior impacto da automação (0,71), de acordo com o estudo. A profissão de datilógrafo também terá um alto impacto com as novas tecnologias. A taxa de 0,53 pode afetar até mesmo a existência da carreira. "Datilógrafos estão sendo substituídos por sistemas de reconhecimento de voz ou escrita e, mesmo os serviços de limpeza, poderão ser parcialmente automatizados em futuro próximo; , diz a pesquisa.
No entanto, quando se olha apenas para carreiras nas quais o servidor lida diretamente com cidadãos, como professores, médicos e enfermeiros, é possível observar uma baixa modernização e a automação deverá ser mais complementar do que substituta. O impacto de automação na carreira de um enfermeiro, por exemplo, é 0,2. Já na carreira de professor de ensino superior é menor ainda: 0,03.
A pesquisa conclui que é necessária uma preparação para a modernização, caso os impactos de inovações no setor público se concretizem. Um dos preparativos é a qualificação e treinamento de servidores de carreiras que sofrerão mais influência de novas tecnologias.