Jornal Correio Braziliense

Economia

Dólar tem dia de realização de lucro e volta a encostar em R$ 4,10

O dólar teve dia de alta e voltou a encostar em R$ 4,10, em um movimento de ajustes e realização de lucro após as quedas recentes, quando encostou em R$ 4,04 esta semana. A moeda americana teve dia de valorização hoje também no mercado internacional, após dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos confirmarem força da maior economia do mundo, com avanço de 2,1% no terceiro trimestre. No mercado à vista, o dólar fechou em alta de 0,80%, a R$ 4,0947. Na semana, a moeda acumula queda de 0,31% e, no mês, recua 3,4%. O índice DXY, que mede o comportamento do dólar ante divisas fortes, operou o dia todo em alta e no final do tarde, subia 0,37%. A moeda americana também avançou ante emergentes, como Chile, Argentina e África do Sul. "A economia americana está bem posicionada para o novo ano", avaliam os estrategistas do banco Wells Fargo, descartando cortes de juros pelo Federal Reserve em 2020. Eles também não veem o impeachment de Donald Trump sendo aprovado no Senado, de maioria republicana, após passar na Câmara esta semana. Na avaliação do sócio da Monte Bravo, Rodrigo Franchini, após os recentes movimentos de melhora, era natural um ajuste hoje, tanto no câmbio como na Bolsa, que bateu três recordes consecutivos esta semana. Com isso, investidores reduzem posições, com algum fluxo de saída de capital pressionando o real. Mas este movimento deve ser pontual. Os recentes indicadores da economia sinalizam que a economia brasileira entra o ano 2020 com a atividade ganhando fôlego, ressalta ele. O dólar, porém, deve seguir na casa dos R$ 4,00 em 2020, mesmo com o Produto Interno Bruto (PIB) mais forte, observa Franchini. "No Brasil, o otimismo em torno da agenda econômica do governo tem criado um clima mais favorável para o investimento", observa o estrategista da gestora Franklin Templeton, Manraj Sekhon, em relatório, em que relata quadro mais favorável para os emergentes em 2020. No Brasil, a expectativa é pelo avanço das privatizações, que devem atrair capital externo, e de reformas, como a tributária.