O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central, divulgado ontem, sinaliza um cenário mais otimista com a atividade econômica ganhando tração e com a inflação sob controle, sem grandes surpresas para os analistas. No documento, a autoridade monetária elevou de 0,9% para 1,2% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, impulsionado, principalmente, pela liberação dos saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS-Pasep. Para 2020, o BC prevê expansão de 2,2% e não mais 1,8% estimado no RTI de setembro.
;Nossa avaliação é de que a economia brasileira seguirá um crescimento de ritmo degradual. Na margem (em comparação de um trimestre com o imediatamente anterior, vemos uma aceleração em curso, parecendo que a economia está com um pouco mais de tração;, comentou o diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk. Segundo ele, essa melhora da expansão da atividade deverá ser impulsionada pelo investimento.
A autoridade monetária elevou de 2,9% para 4,1% a estimativa de crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), em grande parte, puxado pela retomada do setor imobiliário. ;O destaque é que esse crescimento do investimento imobiliário não está unicamente em São Paulo, mas espalhado em várias capitais;, explicou.
As projeções de inflação feitas pelo BC, contudo, mostram uma certa desaceleração, 4%, neste ano, de 3,5% no ano que vem e 3,4%, em 2021. Esses dados indicam que o custo de vida deve permanecer ;dentro da meta; estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,25%, passando para 4%, em 2020, e para 3,75%, em 2021.