O Banco Central reiterou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira, 18, que "dados de atividade econômica a partir do segundo trimestre indicam que o processo de recuperação da economia brasileira ganhou tração, em relação ao observado até o primeiro trimestre de 2019". Ao mesmo tempo, o BC pontuou que "essa recuperação seguirá em ritmo gradual".
Esta avaliação já havia sido feita no comunicado da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a Selic (a taxa básica de juros) caiu de 5,00% para 4,50% ao ano.
Ela também apareceu na ata do encontro do colegiado, publicada na última terça-feira.
Recuperação do mercado de trabalho
O Banco Central avalia que o processo de recuperação do mercado de trabalho observado nos últimos anos no Brasil tem se apoiado principalmente no setor informal. Em boxe publicado no RTI, o BC ponderou isso tem ocorrido de forma diferente do que foi observado no ciclo de expansão da economia que ocorreu antes da última recessão.
"Entre o primeiro trimestre de 2012 e o quarto trimestre de 2016, os trabalhadores formais foram responsáveis pelas maiores variações na PO (população ocupada) e na massa de rendimentos, enquanto no ciclo de expansão iniciado ao final de 2016, os informais tiveram papel preponderante", registrou o BC.
Para a instituição, o movimento "pode estar associado não apenas ao gradualismo que caracteriza a retomada da atividade econômica, mas também a fatores tecnológicos que ampliaram as possibilidades de se ofertar trabalho autonomamente".
Nos últimos anos, de fato, têm proliferado no Brasil atividades de prestação de serviços ligadas ao uso da tecnologia, como no caso dos motoristas de aplicativos.
"Ademais, trabalhadores do setor informal, em geral, trabalham menos horas por semana e recebem menos por hora trabalhada, e isso tem impactos em medidas de produtividade do trabalho usualmente computadas, que ignoram esses fatores", acrescentou o BC.
Estímulos e economias emergentes
O Banco Central reafirmou também que os estímulos monetários adotados pelas principais economias, "em contexto de inflação abaixo das metas", têm sido capazes de "produzir ambiente relativamente favorável para economias emergentes".