O dólar virou para o lado negativo e rondava a estabilidade na manhã desta quinta-feira, 19, após ter iniciado a sessão com alta moderada, reverberando o ambiente ameno de negócios nos mercados internacionais. Os investidores estão analisando o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do quarto período de 2019, que elevou as projeções para o crescimento da economia brasileira.
Segundo operadores, as atenções vão se voltar mais tarde para a entrevista coletiva do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, às 11 horas, para falar sobre política monetária.
No RTI, a autoridade monetária elevou sua expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, de 0,9% para 1,2%. O BC também subiu a expectativa para o PIB em 2020, de 1,8% para 2,2%. Manteve sua projeção para o IPCA de 4,0% para este ano, ante 3,3% no RTI divulgado em setembro deste ano. Para 2020, o cenário de mercado indica que o IPCA ficará em 3,5%, porcentual também igual ao visto na ata. No RTI de setembro, a projeção era de 3,6%.
O BC também reafirmou que "o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado". Ao mesmo tempo, o BC enfatizou que "perseverar nesse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia".
A percepção de alguns analistas financeiros ouvidos pelo Broadcast é de que o RTI reforça a possibilidade de manutenção da Selic em 4,50% nos próximos meses.
Outros indicadores econômicos estão no radar nesta quinta-feira, como a arrecadação federal de novembro, às 10h30, o resultado do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do mesmo mês, às 14h, além das sondagens da indústria e da construção em dezembro, divulgadas pela CNI às 10h e às 14h30, respectivamente. A agenda de indicadores dos EUA pode ainda mexer com os mercados globais, com destaque para as vendas de moradias usadas e o índice de indicadores antecedentes, ambos de novembro.
No exterior, mais cedo, a libra esterlina ampliou seus ganhos ante o dólar após o Banco da Inglaterra (BoE) anunciar a manutenção da taxa básica de juros do país em 0,75% ao ano, conforme esperado. A texto da decisão, contudo, não sinaliza cortes de juros - pelo contrário, levanta a possibilidade de apertos monetários no futuro. Com isso, às 9h25, a libra subia a US$ 1,3102, ante US$ 1,3087 no fim da tarde de ontem.
Às 9h44 desta quinta, o dólar à vista voltava a exibir viés de alta, a R$ 4,0630 (+0,08%), após ter registrado mínima em R$ 4,0560 (-0,09%) e máxima, em R$ 4,070 (+0,26%). O dólar futuro de janeiro de 2020 estava praticamente estável, a R$ 4,0645 (+0,02%), depois de oscilar de R$ 4,0565 (-0,17%) a R$ 4,0705 (+0,17%).