O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou em entrevista à GloboNews que "a dinâmica do câmbio no Brasil mudou em relação ao passado" e que a pressão cambial agora é diferente na inflação.
"Quando o câmbio piorava, as expectativas com o Brasil pioravam. Desta vez foi diferente", relatou. "O câmbio se desvalorizou com a percepção de melhora do País, com a Bolsa batendo recorde e redução do prêmio de risco."
Na avaliação de Campos Neto, a pressão atual no câmbio é causada pelo movimento de pré-pagamento de dívidas das empresas no exterior.
Carne
Roberto Campos Neto afirmou que o impacto da carne na inflação foi sentido em novembro e em dezembro, mas que este processo foi adiantado para o ano de 2019. "O impacto da carne acelerou e adiantou em relação ao que esperávamos", afirmou.
O presidente do BC também defendeu a permanência na autarquia do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Para Campos Neto, no BC, o Coaf "fica mais técnico". Ele argumentou que o órgão é um banco de dados, passivo, e que não tem poder de investigação. "Em relação ao Coaf, o BC é o órgão mais apartado da política", afirmou.