"O que importa é que a curva toda de juros esteja baixa", afirmou, ressaltando que o País "não roda na Selic". "Se tenho juros longos muito altos, é preciso de subsídios. Quanto mais subsídio eu dou, mais fica a impressão no País que o fiscal vai piorar. É um ciclo vicioso. E o que a gente precisa é quebrar este ciclo vicioso."
De acordo com Campos Neto, os juros baixos são uma confluência de vários fatores, entre os quais a questão fiscal.
Segundo ele, a reforma da Previdência abriu espaço para uma queda consistente nos juros. "Com o choque fiscal, a curva longa cai e as pessoas começam a realizar projetos", afirmou.
Selic
O presidente do Banco Central afirmou, ainda, que os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) entendem que é necessário analisar o "processo com cautela" para definir os próximos passos da política monetária.
No comunicado que acompanhou a decisão sobre baixar os juros a 4,5% e na ata da reunião do Copom, a palavra cautela já havia sido mencionada.
Campos Neto disse também que o crédito já está tendo impacto na economia e, que, por isso, o Copom precisa analisar.
Cheque especial
Campos Neto, afirmou, ainda, que o cheque especial é um produto que se caracteriza por ser "a exceção da exceção" e que, por isso, houve tarifação dele. De acordo com Campos Neto, há uma "disfunção do produto", provada inclusive na literatura internacional.
Ele negou, no entanto, que a tarifação e posterior limitação dos juros do cheque especial abriria precedente para outras modalidades de crédito.