A falta de vigor dos mercados internacionais e a agenda esvaziada deixam a Bolsa brasileira sem direção nesta quarta-feira, 18, porém a tendência segue positiva, na visão de analistas. A disputa de comprados e vendidos em dia de vencimento de opções sobre Ibovespa também inibir avanços, deixando o índice instável, sobretudo perto do fechamento do pregão, quando ocorre o ajuste. Entretanto, o Ibovespa acumula alta de mais de 4% e de cerca de 28% em 2019.
A expectativa de assinatura do acordo comercial sino-americano e de votação de dois artigos do processo de impeachment contra o presidente americano, Donald Trump, na Câmara dos Representantes, segue no radar.
Após renovar mínimas, o Ibovespa ronda o sinal positivo, sustentando os 112 mil pontos, influenciado principalmente pela alta moderada das ações PN da Petrobras (0,23%) após queda mais cedo. No entanto, o fôlego na B3 é curto, diante do noticiário enfraquecido.
Às 10h37, o Ibovespa subia 0,10%, aos 112.713,40 pontos. Petrobras ON avançava 0,10%, a despeito da queda do petróleo no exterior.
Internamente, o noticiário corporativo pode dar alguma direção para a B3 hoje, mas a dinâmica deve ser moderada, após o novo recorde registrado ontem, aos 112.615,66 pontos (alta de 0,64%).
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, iniciou o enxugamento de sua carteira de renda variável, com a venda integral de sua participação, de cerca de 34% na Marfrig. Esta, por sua vez, confirmou que a ação em sua oferta subsequente (follow on) foi precificada em R$ 10, segundo antecipou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), movimentando R$ 2,99 bilhões.
"Não tem notícias novas, tem vencimento de opções sobre Ibovespa e as bolsas externas estão devagar. Então, o índice à vista deve ficar de lado", estima Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM.
Além da queda das commodities no exterior (minério e petróleo), os investidores devem ficar de olho em Petrobrás.
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira a 70ª etapa da Lava Jato, a Óbolo, para investigar crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro relacionados a contratos de afretamento de navios celebrados pela Petrobrás.
A nova fase é continuidade de investigações que remontam ao início da operação, diz a PF. São mais de 200 contratos de afretamento de navios com a estatal, entre 2004 e 2015, em valores que ultrapassam R$ 6 bilhões.