Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsonaro promete não falar em CPMF

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O porta-voz da República, Otávio Rêgo Barros, disse ontem que o presidente Jair Bolsonaro, ;não há de tecer mais nenhum comentário; em relação à Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). ;A posição do senhor presidente é de que o Ministério da Economia faz as análises que possam ser de interesse da Presidência e, por consequência, do nosso país. Especialmente com relação à CPMF, ele (Bolsonaro) não há de tecer mais nenhum comentário;, afirmou.

Rêgo Barros disse, ainda, que não seria possível afirmar se a eventual proposta de uma nova CPMF poderia avançar. No entanto, ele destacou que a análise poderia estar com o ministério da Economia.;O presidente reconhece que o trabalho desencadeado pelo ministério da Economia vem colocando o país na trilha da pujança. Essas questões, muito técnicas, incluindo CPMF ou coisa que o valha, ainda não estão no escantilhão do próprio presidente. Eventualmente, pode estar sendo analisado pelo Ministério da Economia, mas não temos dados nem referências mais objetivas para afiançar se isso vai adiante ou não;, concluiu.

Na segunda-feira, o chefe do Executivo afirmou que ;todas as alternativas estão na mesa;, quando foi questionado sobre possível volta de um imposto sobre transações financeiras. Ele disse, ainda, que o governo, no entanto, só aceitaria criar um imposto se outro tributo fosse extinto.

Exoneração


Em setembro, a discussão em torno de uma nova CPMF, no âmbito da reforma tributária em discussão no Congresso, custou o cargo do então secretário especial da Receita Federal, o economista Marcos Cintra, um contumaz defensor do tributo.

A declaração de Bolsonaro, na última segunda-feira, de que poderia levar em consideração a criação de uma nova CPMF, gerou reação no mercado e a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) fechou no vermelho, mesmo após o Índice Bovespa, principal indicador do mercado acionário brasileiro, ter ensaiado um novo recorde, de 113 mil pontos.

No ano que vem, o governo deve enviar ao Congresso uma proposta de reforma tributária com a criação de um imposto sobre valor agregado, o IVA, que deverá substituir o PIS e a Cofins, e um imposto para substituir o IPI.


  • Depois do susto

    O Ibovespa fechou em alta ontem depois da reação de segunda-feira devido ao comentário do presidente Jair Bolsonaro de que a CPMF não estaria descartada. O índice teve alta de 0,64%, a 112.615 pontos, e renovou a máxima histórica de fechamento, com volume financeiro negociado de R$ 19,715 bilhões. O dólar comercial fechou a R$ 4,064 na compra e R$ 4,0645 na venda, com valorização de 0,16%. O resultado refletiu a divulgação da ata da última reunião do Banco Central, com indicações de reação da economia