Rafaela Gonçalves*
postado em 18/12/2019 06:00
O mercado imobiliário no Distrito Federal mostra sinais de retomada e fechará 2019 com saldo positivo. Segundo o Valor Geral de Vendas (VGV) medido pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF), até outubro já foram realizados 2.801 lançamentos pelas incorporadoras, 64% a mais do que os do ano passado, que somaram 1.675.
O reaquecimento do setor demonstra tendência de crescimento para 2020. Segundo o presidente da Ademi, Eduardo Aroeira Almeida, 2019 é o ano de início da recuperação do mercado imobiliário depois da crise aguda enfrentada há cerca de cinco anos. ;Acreditamos que 2020 será uma continuidade dessa recuperação, e que será, inclusive, melhor do que 2019. Não acreditamos que vai ser na mesma base, já que dobramos 2018. Não temos essa expectativa, mas as bases para um ano de 2020 são melhores ainda do que as que estão postas;, disse.
A alta de 0,6% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicou que a construção civil foi o setor que puxou o investimento no período, com crescimento de 1,3%. ;É um indicador nacional, mas é importante ilustrar que, enquanto o PIB cresceu 0,6%, o PIB da construção cresceu 1,3%. Então, certamente podemos afirmar que o setor da construção, principalmente o imobiliário, uma vez que as obras de infraestrutura estão andando ainda a passos lentos, teve grande impacto nesse crescimento;, avalia o presidente da associação.
Com o lançamento de imóveis, o setor contribuiu para a geração de empregos. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), Brasília ocupa a quarta posição na geração de postos de trabalho até setembro deste ano. ;Com esses R$ 2,5 bilhões em lançamento de imóveis, 110 mil empregos diretos e indiretos já estão contratados. Então, no ano que vem, o reflexo principal desses lançamentos de 2019 será a geração de novos empregos e, naturalmente, de riqueza para a população;, afirma Almeida.
O Indicador de Velocidade de Vendas (IVV) das unidades concluídas foi de 4,5%. Samambaia voltou a registrar o maior IVV residencial, com 25,4%, seguida por Santa Maria (21%), e o Noroeste (17%). A pesquisa identificou que o preço médio do metro quadrado ofertado pelas empresas no mês de outubro, de R$ 8.935, foi superior ao registrado em setembro, de R$ 8.774. Imóveis na planta também voltaram a registrar a maior velocidade de vendas, com 9,3% de participação.
O presidente da associação destaca os sinais da volta da confiança no mercado. ;Temos aí a taxa de juros mais baixas da história para o mercado imobiliário. Novas formas de financiamento, economia estabilizada, ajuste fiscal. Então, vimos que, pela quantidade de lançamentos que tivemos este ano, o otimismo do empresariado já retornou.;
*Estagiária sob supervisão de Cláudia Dianni