Os juros futuros tiveram novo dia de poucas oscilações e fecharam perto da estabilidade, mesmo com a alta do dólar, com as mesas de renda fixa no aguardo do final da reunião de política monetária do Banco Central, que começou nesta terça-feira, 10. Também há expectativa pelo encontro do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que terá comunicado divulgado na tarde da quarta-feira, 11. Nos dois casos, o maior interesse é sobre o que os BCs vão sinalizar para 2020.
Para a decisão do BC, os agentes esperam corte de 0,50 ponto na taxa básica de juros, a Selic, na quarta-feira, mas o mercado permanece dividido sobre que deve acontecer em fevereiro, se as taxas terão redução de 0,25 ponto ou se serão mantidas.
O economista para a América Latina do grupo financeiro ING, Gustavo Rangel, avalia que o corte anunciado na reunião de quarta vai marcar o fim do ciclo atual de reduções na Selic, com a taxa terminando em 4,5%. "A política monetária vai entrar agora em um período prolongado sem novas ações, em um ambiente de juros acomodatícios que está aqui para ficar e deve ajudar a acelerar o crescimento", ressalta ele. O fato de recentes indicadores da atividade, como o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, mostrarem maior força da economia, deve desencorajar o BC a cortar adicionalmente a Selic.
Já os estrategistas do banco americano Citi veem chance de cortes adicionais na Selic em 2020, mas não descartam a possibilidade de um comunicado mais "hawkish" (conservador) nesta quarta-feira. A previsão da casa é que a taxa recue para 4% no ano que vem, mas há espaço para os dirigentes adotarem uma postura mais "cautelosa" ou mesmo sinalizarem uma "pausa". O Citi observa que apesar de o dólar mais valorizado e o PIB ganhando tração, a inflação segue relativamente comportada e abaixo do centro da meta do BC, portanto haveria espaço para cortes adicionais.
Para a reunião do Fed, a expectativa é de manutenção das taxas na quarta-feira, após três cortes seguidos, mas há dúvidas sobre o que pode ser sinalizado para 2020. Assim como aqui, há a discussão em Wall Street se o ciclo de cortes chegou ao fim ou se pode continuar no ano que vem.
Na sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou praticamente estável, a 4,620%, de 4,619% no ajuste anterior.
Em outros vencimentos, o dia também foi marcado por poucas oscilações. A taxa do DI para janeiro de 2023 terminou estável em 5,720% e a do DI para janeiro de 2025 ficou em 6,350%. O DI para janeiro de 2027 encerrou em 6,700%, ante 6,701% do ajuste da segunda-feira, 9. Na sessão estendida, as taxas continuaram praticamente estáveis.