A exemplo da etapa matutina, os juros futuros oscilaram majoritariamente ao redor dos ajustes anteriores ao longo da tarde desta segunda-feira, 9, refletindo a pouca disposição do investidor em assumir posições antes dos eventos da semana, marcada por decisões de política monetária no Brasil, Estados Unidos e Europa. Logo após a virada do dólar para o terreno negativo, quando a moeda, nas mínimas, chegou à casa dos R$ 4,12, as taxas de médio e longo prazos ensaiaram se firmar em baixa, indo também nas mínimas, mas o movimento não se sustentou. Tampouco a agenda de indicadores, nesta data bastante restrita, foi capaz de estimular os negócios.
Com exceção da taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021, que fechou com viés de alta, a 4,62%, de 4,599% no ajuste anterior, as demais fecharam muito perto do ajuste. A do DI para janeiro de 2023 terminou estável em 5,72% e a do DI para janeiro de 2025 passou de 6,351% para 6,34%. O DI para janeiro de 2027 encerrou em 6,70%, na máxima, também estável. Na sessão estendida, o mercado operou sob um viés de alta e as taxas fecharam nas máximas, respectivamente, em 4,63%, 5,74%, 6,36% e 6,72%.
Além da falta de um condutor forte para os negócios nesta segunda-feira, profissionais nas mesas de renda fixa lembram que as taxas já tiveram rodada de queda expressiva na última sessão, em função da leitura "qualitativa" do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro e, desse modo, a percepção foi de que é preciso aguardar o desenrolar da agenda para montar posições, mesmo com o dólar em baixa.
"Não tivemos indicador mais relevante nos EUA e, aqui, só IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna). A Focus veio sem mudança no cenário de juros, então o mercado fica em compasso de espera, pois temos na semana vários eventos no front de política monetária", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.
O IGP-DI de novembro subiu 0,85%, acima da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de 0,76%, o que, no entanto, não foi suficiente para alterar o cenário de inflação do mercado nem pressionar os juros futuros. A exemplo do IPCA, o IGP-DI foi afetado por preços de carnes, tido como um choque, que deve perder força no começo de 2020.
Desse modo, o mercado segue firme na visão de que a Selic será reduzida em 0,50 ponto porcentual, para 4,50%, na quarta-feira, 11. Como tal aposta está bastante consolidada, a expectativa é maior pelo comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que poderá dar pistas sobre as intenções do Banco Central para fevereiro, encontro para o qual as apostas estão divididas entre queda e Selic estável.