Ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Paul Volcker morreu aos 92 anos, informou nesta segunda-feira o jornal The New York Times, que atribui a informação à filha dele, Janice. Volcker foi presidente do Fed entre 1979 e 1987 e, antes disso, havia comandado o a distrital do Fed de Nova York, entre 1975 e 1979.
Nascido em New Jersey, Volcker realizou estudos nas universidades de Princeton e Harvard. Após trabalhar como economista do Fed entre 1952 e 1957, foi para o Chase Manhattan Bank. Em 1962, tornou-se diretor do Escritório de Análises Financeiras do Tesouro. Passou ainda pela vice-presidência do Chase e ocupou outros cargos no Tesouro, além de ter sido pesquisador visitante em Princeton.
No comando do Fed de NY a partir de 1975, se envolveu ativamente com os processo de formulação da política monetária e tornou-se um defensor da contenção monetária, segundo sua biografia disponível no site do Fed. "Após uma forte alta na inflação entre 1978 e 1979, o presidente Jimmy Carter mudou sua equipe econômica e nomeou Volcker presidente do conselho" do banco central, lembra a nota biográfica.
O NYT destaca justamente em seu obituário o fato de que Volcker foi "o presidente do Fed que lançou uma guerra contra a inflação". Além de elevar os juros, ele monitorou crises da dívida em países e desenvolvimento e apoiou a expansão do fundo de reserva do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Após deixar o BC, Volcker foi mais adiante presidente do conselho de assessores para a recuperação econômica do presidente Barack Obama, entre 2009 e 2011. Nesse período, propôs reformas às leis Dodd-Frank de reforma de Wall Street e da Lei de Proteção ao Consumidor, no que ficou conhecido como "Regra Volcker". A norma proíbe em geral que bancos realizem certos investimentos com suas próprias contas e limita seus negócios com fundos de hedge e de private equity, com a intenção de evitar que os bancos façam certos tipos de investimento especulativo que estiveram na raiz da crise financeira de 2008.