No entender dele, é preciso uma melhora na eficiência dos gastos públicos a partir de uma revisão de determinados processos. ;Sabemos quais são as nossas características. Somos um país grande, com grande número de municípios e envelhecimento da população. Isso nos leva a pensar na dimensão do processo e, principalmente, no impacto das reformas nas contas públicas e na vida das pessoas;, avalia.
Segundo dados apresentados pelo professor, os gastos com os mais diversos programas do governo correspondem a 37% do Produto Interno Bruto (PIB). Não é pouco. Em média, os gastos públicos dos países que compõem o Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) está na faixa de 32% do PIB. ;Quando a gente compara o gasto público no Brasil com outros países, percebe o quanto é significativo;, pontua. Por isso, é preciso refletir que tipo de despesa o Brasil terá daqui para frente.
Com a crescente esperança de vida, a queda do crescimento populacional é um dos pontos que deve gerar uma reflexão sobre a destinação do dinheiro público no Brasil. ;Por exemplo, se o governo pensa em reduzir a máquina pública, é preciso pensar no uso de novas tecnologias e inteligências como forma de atender os anseios da população;, ressalta. De acordo com o professor, com uma avaliação das despesas é possível gerenciar as aplicações das verbas conforme os resultados de cada setor.
;Tudo depende da forma de alocação dos recursos. Reduzir despesas correntes para ampliar investimentos aumenta a possibilidade de alavancagem da economia e a geração de empregos;, explica. Para ele, os ajustes que estão sendo feitos são necessários para fortalecer a economia. No entanto, o professor reitera que também é necessário capacitar as pessoas profissionalmente. ;Não adianta você ter recursos se não há pessoas qualificadas para executar ações como na área de infraestrutura;, afirma. A capacitação passa por habilitar os jovens de acordo com a nova demanda de conhecimentos e habilidades que o mercado de trabalho exige. Segundo Fabiane, ;as habilidades permitem confrontar as demandas que o mercado de trabalho impõe. Jovens formados sem um background de conhecimento acabam não tendo capacidade de propor soluções para os possíveis problemas.
As reformas são reconhecidas por ele como parte necessária para uma evolução. ;É importante observar que é um caminho difícil, mas que precisa ser percorrido;, completa. Para ele, em 2020, ano de eleições municipais, será preciso acelerar o processo, se o governo quiser que as mudanças saiam do papel.
;É possível que as reformas andem, mas a governança do processo não está exclusivamente ligada ao governo. Na minha percepção, o prazo é bem estreito. Será preciso seguir um caminho bem acelerado, se quiserem aprová-las;, avalia. De acordo com Alex, o próximo ano será apenas uma sinalização de uma caminhada muito mais longa.