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O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) teve superavit primário (sem considerar despesas financeiras) de R$ 8,7 bilhões em outubro, valor inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado, de R$ 9,5 bilhões. No acumulado do ano, até outubro, o saldo é negativo, com deficit de R$ 63,8 bilhões, mas ficou abaixo do rombo de R$ 72,3 bilhões do mesmo período de 2018. ;Trata-se de uma melhora de 14,9%, em termos reais, sendo ainda o melhor resultado para os 10 primeiros meses desde 2016;, enfatizou relatório divulgado pela Secretaria do Tesouro, dentro das expectativas, segundo o texto.
Ao divulgar os números, o secretário Mansueto Almeida informou que, nesta sexta-feira, o governo fará uma ;liberação bastante robusta de recursos; do Orçamento da União, que estavam bloqueados (o total contingenciado em 2019 é de cerca de R$ 14 bilhões) para os ministérios.
O secretário não especificou o montante, mas deixou claro que, na prática, a liberação não mudará a situação da maioria dos órgãos. ;Só vamos saber em janeiro, mas acho que muitos não conseguirão gastar tudo. Até porque ainda tem projetos a serem aprovados no Congresso que vão mudar os limites de empenho;, informou. Na prática, reforçou, sobrará pouco dinheiro, porque, pela primeira vez, o governo vai cancelar os restos a pagar acumulados por mais de três anos.
Mansueto defendeu a discussão do seguro-desemprego e do abono salarial, este último pago uma vez por ano a trabalhadores com renda de até dois salários mínimos. Ambos, afirmou, têm pouco efeito na redução da pobreza: 58% dos benefícios vão para os 50% mais ricos da população. Para ele, o Bolsa Família é um programa mais bem focalizado, que atende 40 milhões de pessoas. ;A discussão é como tornar mais produtivo o gasto público no Brasil. Da forma como está, para fazer os programas mais distributivos, vai ter um aumento brutal de impostos;, disse.