Em outubro, a taxa média de juros cobrada no cheque especial foi de 305,9% ao ano, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. De acordo com o BC, os encargos caíram 1,7 ponto percentual em relação a setembro e 6,7 pontos desde o início do ano. Ao lado do cartão de crédito, o cheque especial está entre as modalidades mais caras do sistema financeiro.
No caso do cartão, a situação é ainda pior. De acordo com o BC, os juros cobrados no crédito rotativo eram, em média, de 317,2% ao ano em outubro. Ao contrário do ocorrido no cheque especial, os juros do cartão tiveram o sexto mês de alta e atingiram o maior patamar desde março de 2018. De janeiro a outubro, os encargos dessa modalidade subiram 31,8 pontos percentuais.
De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o rotativo do cartão e o cheque especial devem ser evitados. ;São instrumentos para serem usados em situações emergenciais, quando o planejamento financeiro não dá certo, ou quando a pessoa é pega de surpresa por alguma despesa urgente. O consumidor deve buscar sair deles o mais rapidamente possível;, aconselhou.
Esses resultados ocorrem em um momento em que a taxa básica de juros apresenta queda ao longo de 2019, com a Selic passando de 6,5% ao ano para 5%. A taxa, que tem objetivo de controlar a inflação, é fixada pelo Banco Central a cada 45 dias. (AR)