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A disparada do dólar ante o real pode frustrar quem tem viagens marcadas para o exterior nas próximas férias. O dólar turismo, cotação usada na compra da moeda norte-americana para viagem alcançou ontem R$ 4,37 nas casas de câmbio. A cotação, nessa modalidade, é sempre mais alta que a do dólar comercial, usado nas transações entre empresas e bancos, que terminou o dia ontem pouco abaixo de R$ 4,20.
A estudante Ana Luiza Campos, de 20 anos, tem viagem marcada para Orlando em 1; de dezembro, porém não conseguiu se programar da maneira necessária e sente bastante a alta da moeda americana. ;Eu vou por um programa da Disney, do qual só recebi a confirmação em agosto. Então, não tive muito tempo para me programar. As passagens, só consegui comprar em setembro. E eu tinha também expectativa de que o dólar fosse baixar. Como as previsões eram de até R$ 3,80, fui esperando e, de repente, me deparei com esse preço. Até agora, eu só tenho US$ 100 comprados e não dá mais para esperar;, lamenta.
Ana Luiza já se prepara para reprogramar os gastos que gostaria de fazer durante a viagem. ;Eu tinha planos de comprar um celular e uma câmera fotográfica. Antes, comprar eletrônicos nos Estados Unidos era muito barato, mas, agora, não sei mais se vou conseguir. Eu planejava ir também para Nova York, e não sei se vai ser possível. Com certeza, esse aumento da moeda me fez repensar vários aspectos da viagem;, disse a estudante.
Segundo o superintendente de Varejo do Grupo Travelex Confidence, Juvenal Marcelo dos Santos, a melhor alternativa é mesmo reavaliar os gastos durante a viagem. ;Para quem não comprou dólar, realmente não tem muitas dicas, a não ser acompanhar o mercado e repensar as compras e gastos, além de priorizar o prazer de estar no local. Quem ainda está pensando em programar a viagem, uma forma de fugir um pouco da valorização do dólar é escolher destinos que saem mais em conta;, aconselhou.
A estudante Gabriela Lima, 23, também já começou a pensar em cortar itens da sua lista de desejos para comprar durante a viagem aos Estados Unidos. ;Já tenho minhas encomendas marcadas e estou aflita com a alta do dólar. Pretendo gastar cerca de US$ 800, mas, se aumentar muito até o próximo mês, vou ter que fazer cortes. Fico triste porque os produtos que eu quero valem muito mais a pena comprar lá do que aqui no Brasil, e eu já estava com essa expectativa de trazer tudo de lá;, contou.
Inflação
Outro efeito da alta do dólar, se persistir por muito tempo, pode ser a elevação da inflação. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no entanto, disse ontem não ver risco de disparada dos índices de preços. ;A inflação está baixa e estável;, afirmou ele, em depoimento na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Segundo o presidente do BC, a ;frustração; com o megaleilão do pré-sal foi um dos fatores que influenciaram a alta recente do dólar.
* Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo