Jornal Correio Braziliense

Economia

Caixa derruba juros e dá alívio

Taxa cobrada de diferentes tipos de cliente pode cair para 4,99% ao mês. Medida foi tomada para acompanhar a queda da Selic. Segundo presidente do banco público, outras reduções virão, caso a economia do país melhore

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A Caixa Econômica Federal divulgou ontem uma redução de até 63% na taxa de juros do cheque especial. As taxas para os clientes com o pacote de relacionamento Caixa Sim, composto por conta-corrente, cesta de serviços e cartão de crédito, recuou de 8,99% para 5,94% ao mês. Para quem recebe o salário pelo banco, a taxa saiu de 13,05% para 4,99% ao mês. No rotativo do cartão de crédito também houve diminuição nos juros: de 11,8% a para 9,99% mensais.

A medida foi uma resposta ao cenário de queda da taxa Selic, que foi reduzida pela terceira vez, em outubro, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central - está em 5% ao ano e valerá a partir de 1; de dezembro. A Caixa está, segundo comunicado, ;buscando alinhar-se a essa nova realidade;, e a diminuição é histórica.

;A Caixa devolve à sociedade, e em especial aos mais humildes, os resultados recordes que teve, (com) redução para abaixo de 5% (a taxa do cheque especial). É um banco preocupado com a igualdade, com a distribuição de renda. Isso é absolutamente matemático e meritocrático;, disse o presidente do banco, Pedro Guimarães.

Ele disse ainda que a ideia é baixar ainda mais essa taxa. ;Esse juros de 4,99% ainda são extremamente elevados. Nós continuamos automaticamente estudando a contínua melhora econômica do Brasil;, explicou.
O cheque especial é uma das linhas de crédito mais caras no mercado. Em julho, a Caixa já havia anunciado uma redução e passou a ter uma taxa máxima de 9,99% ao mês para pessoas jurídica e física. Segundo o Banco Central, os maiores usuários da modalidade são os contribuintes de menor renda e escolaridade ; 43,9% das pessoas que utilizaram tal crédito ganhavam até dois salários mínimos

Para economistas, é preciso esperar a reação dos outros bancos para ver se a iniciativa da Caixa irá influenciar os bancos do segmento privado. Nessas instituições, as taxas ficam em torno de 13% ao mês. ;Não necessariamente os outros bancos vão espelhar essa redução da Caixa, mas temos que esperar a reação;, afirmou André Perfeito, economista-chefe da Necton. Ele acredita que a redução vai afetar um segmento muito específico. ;Não deixa de ser o uso de um banco público para fazer política de incentivo para o crédito. Não acho que a Caixa está querendo ganhar mercado, mas pode ser que ganhe;.

Já o professor de economia da Universidade Federal do ABC, Fábio Terra, concorda que seja difícil prever se os demais bancos vão seguir a medida.

;A Caixa é um banco público e não precisa dar nenhum tipo de resposta ao mercado. É difícil saber se os outros vão seguir;, explica, reconhecendo que a redução é importante. ;Se foi uma medida que não sofreu ingerência política, pode ser interessante porque precisamos de alguma forma fazer com que o preço do crédito no país se reduza;.

  • No 3; tri, Eletrobras lucra R$ 716 milhões

    Em vias de privatização, a Eletrobras apresentou lucro líquido de R$ 716 milhões no terceiro trimestre de 2019, valor 132% superior ao resultado negativo de R$ 2,2 bilhões obtido no mesmo período de 2018. Em nove meses, o lucro líquido foi de R$ 7,624 bilhões, 1.985% superior ao prejuízo líquido de R$ 404 milhões obtido de janeiro a setembro de 2018. O resultado deve animar os investidores: o presidente Wilson Ferreira Junior afirmou que espera que a desestatização da companhia seja concluída no segundo semestre de 2020. As ações caíram no pregão na Bolsa de São Paulo: preferenciais recuaram 3,48%; ordinárias, queda de 4,74 %. Maior transmissora do Brasil, responsável por 70.924 km do total das linhas, a Eletrobras detém 45,2% da transmissão do país.